2007-12-22

Pinheiro-Bravo




DESCRIÇÃO

O Pinheiro-bravo Pinus pinaster é uma árvore de grande porte, podendo atingir os 30 - 40 m de altura. O tronco tem uma casca espessa, de cor castanha avermelhada, profundamente fissurada. As folhas são agulhas, emparelhadas, de cor verde-escura, com 10-25 cm, rígidas e grossas.

Espécie monóica (isto é, o mesmo indivíduo tem flores masculinas e femininas). As flores masculinas localizam-se na base dos rebentos anuais. Os amentilhos femininos, rosados, localizam-se no topo dos rebentos anuais. As pinhas são cónicas ovóides, simétricas ou quase, castanhas claras e polidas, com 8-23 x 5-8 cm.


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Região Mediterrânica e costas atlânticas de Portugal, Espanha e França. Introduzido na Bélgica, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul.


CONDIÇÕES AMBIENTAIS

Vegeta bem na grande maioria dos solos com excepção dos solos com muito calcário solúvel (pH elevado). Encontra-se em melhores condições em zonas com precipitação média anual superior a 800 mm, com pelo menos 100 mm no período estival.

PROPAGAÇÃO

Propaga-se por semente com muita facilidade, embora a larga maioria dos povoamentos seja obtida por plantação.


HISTÓRIA E UTILIZAÇÕES

Fazendo parte da história natural da Península Ibérica, a área de distribuição do Pinheiro-bravo começou a aumentar por intervenção humana a partir dos séculos XII e XIII, principalmente devido à sua utilização na contenção das dunas litorais. A partir do final do século XIX, e principalmente a partir da década de 40 do século XX, a área de pinheiro-bravo aumentou através da expansão para regiões serranas do interior do país.

As utilizações principais do Pinheiro-bravo são as madeiras (pranchas, aglomerados e outras utilizações) e a produção de resina.

LEITURAS RECOMENDADAS

Coutinho, A. (1936). Esbôço de uma flora lenhosa portuguesa. Vol III - Tomo I. Serviços Florestais.Lisboa.

Humpries, C., Press, J., e Sutton, D. (1981). The Hamlyn Guide to Trees of Britain and Europe. Hamlyn. London.

Monteiro Alves, A (1982) Técnicas de Produção Florestal. INIC.Lisboa

C.R.C. (adaptado) - Naturlink

Azevinho




TAXONOMIA

O azevinho (Ilex aquifolium L.) pertence à família Aquifoliaceae (Aquifoliácias), a qual contém diversas espécies de árvores e arbustos espalhadas pelos trópicos e países temperados.


CARACTERÍSTICAS GERAIS E MORFOLÓGICAS

Possui um porte arbustivo ou arbóreo, podendo alcançar, no segundo caso, uma altura de 8-10 metros. O ritidoma (casca do tronco) é liso e esverdeado. As folhas têm uma forma oblonga ou ovado-oblonga e são alternas, muito rígidas e coriáceas, muito reluzentes. As margens são onduladas e possuem dentes espinhosos. Em estados de desenvolvimento avançados das árvores, estes espinhos tendem a desaparecer.

As flores têm uma cor branca ou rosácea. Nascem solitárias ou em ramalhetes nas zonas de inserção das folhas.

São plantas que possuem flores funcionalmente unissexuadas ou mais raramente hermafroditas, ainda que cada uma apresente vestígios do outro sexo na forma de um óvulo rudimentar ou de filamentos estaminais com anteras estéreis. O cálice e a corola têm 4, raramente 5, elementos e estão ligeiramente soldadas na base. Os estames são em igual número às pétalas, alternando com estas.

O fruto é carnoso, muito apelativo aos insectos pela sua cor vermelha ou amarela viva. Floresce de Abril a Junho. Os frutos amadurecem em Outubro mas mantêm-se na árvores durante muito tempo.

UTILIZAÇÕES

É cultivada como planta ornamental, usada principalmente para adornos natalícios. A sua procura do azevinho para este fim foi tão intensa que acabou por levar à proibição da sua recolha no nosso país, sendo hoje bastante rara enquanto planta espontânea.

A sua madeira é de cor branca ou acinzentada, de textura fina e uniforme. É muito pesada, não flutuando na água. É muito dura, sendo difícil de trabalhar, mas é muito boa como combustível para lareiras.

É uma espécie muito utilizada para sebes dado suportar muito bem as podas.
A parte interna do ritidoma, cozida durante 7-8 horas, deixada a fermentar entre 2 a 5 semanas e pulverizada e lavada com água, dá origem a uma goma usada para caçar pássaros.

Tem também algumas utilizações medicinais. Às suas folhas são atribuídas propriedades diuréticas. Os frutos são purgantes e provocam o vómito.

LEITURAS RECOMENDADAS

Gonzalez, G. L. (1991). La Guia de Incafo de los arborles e arbustos de La Peninsula Iberica. Incafo, S.A. Madrid.

Nuno Cruz António (adaptado)- Naturlink

Rena - Rangifer tarandus




As Renas são mamíferos herbívoros que habitam na Tundra Ártica (Canadá, Alasca, Rússia, Gronelândia e norte Europeu).
São animais de grande porte, podendo atingir os 1,80 - 2m de comprimento e uma altura, ao nível das espáduas, de 1,15 m. O macho , mais pesado do que a fêmea pode atingir os 136 Kg enquanto que a fêmea atinge os 90-113 Kg. Possuem cascos flexíveis e bastante largos que lhes permitem, por um lado, andar sobre a neve e sobre a lama sem se afundarem, e, por outro lado, escavar a neve à procura de comida.
Têm os 5 sentidos muito apurados.

A pele é espessa e revestida por duas camadas de pêlos, uma mais exterior, de pêlos delicados e outra mais interior muito densa. A cor varia, podendo ir do branco ao cinzento escuro, mas normalmente apresentam uma tonalidade acastanhada ou acinzentada, com partes mais claras.
É a única espécie de cervídeo em que os machos e as fêmeas têm chifres se bem que os das fêmeas sejam mais pequenos e simples do que os dos machos.
Os machos utilizam-nos para competir com machos rivais na altura do acasalamento, no Outono, enquanto que as fêmeas os usam para proteger as crias dos predadores. Quando uma cria se encontra ameaçada, as fêmeas do grupo circundam-na virando os chifres para o predador, numa atitude nítida de intimidação. Os machos podem ou não participar desta manobra, mas quando se trata de elementos do seu grupo familiar é mais provável que participem. Todavia a utilização dos chifres é só feita em último recurso. A primeira reacção é, normalmente, a de fugir do perigo.

Vivem em rebanhos liderados, geralmente, pelo macho que possui os chifres maiores. Estes rebanhos, no Verão, são formados principalmente por fêmeas e filhotes. No Outono os machos solitários juntam-se aos rebanhos e competem com machos rivais para reunir grupos de fêmeas e acasalar.

No Verão alimentam-se, sobretudo, de ervas; no Inverno comem líquenes que obtém esgravatando a neve.

Como forma de se adaptar às condições inóspitas da Tundra, no fim do Verão migram para regiões onde as condições climáticas são menos agrestes.

São bons nadadores e corredores velozes, o que lhes permite escapar aos predadores - lobos, linces e ursos. Os lobos são capazes de caçar um adulto, sobretudo se for fraco ou velho e algumas águias e ursos devoram as crias. São também atacados por mosquitos (e outros insectos) que chegam a ingerir 100 gramas de sangue de um animal por dia.

Acasalam em Setembro/Outubro e a gestação é de 33 a 35 semanas. Em Maio/Junho, quando a neve se encontra já parcialmente derretida, nascem 1 ou 2 crias, que são capazes de correr logo a seguir. Nessa altura há mais alimento para as mães, o que lhes permite amamentar as crias.

Estes animais encontram-se muito bem adaptados ao Ártico, o que faz com que sejam considerados uma espécie bem sucedida. Podem ser encontrados em várias regiões do planeta junto ao Círculo Polar Ártico, não obstante poderem tomar diferentes designações, como por exemplo Caribus, na América do Norte. No entanto, apesar de designações diferentes, trata-se de uma única espécie.

Em algumas regiões são domesticadas pelo Homem e utilizados como animais de carga, puxando trenós e carros, para transporte de mercadorias e de habitantes das regiões árticas. Por vezes são também criadas ou caçadas devido à sua carne, leite, pele (usada para fabricar tendas, botas e peças de vestuário) e chifres (para cabos de facas,colheres, etc; os dos animais mais jovens são usados para extrair gelatina).

Bibliografia
Enciclopédia da Natureza. Globo multimédia
http://www.itv.se/boreale/bovts.htm
http://www.mda.state.mi.us/kids/countyfair/animals/reindeer/
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Editorial Enciclopédia, Lda

Fonte: www.minerva.uevora.pt

2007-12-19

Rio Azibo




Rio Azibo é um rio português, com comprimento de 50 km, afluente da margem direita do Sabor que nasce na Serra da Nogueira no concelho de Bragança perto de Rebordainhos. Atravessa o concelho de Macedo de Cavaleiros, onde foi construída a Barragem do Azibo, perto de Santa Combinha e vai desaguar no rio Sabor perto de Castro Vicente no concelho de Mogadouro.
Fonte Wikipédia

2007-12-18

Nave 'Deep Impact' rumo ao Hartley 2

A NASA aprovou a comutação do destino da missão Epoxi - que junta os projectos de investigação Extras--Solar Planet Observation e Deep Impact Extended Observation - para novas coordenadas. A nave ruma agora para um encontro, de proximidade, com o cometa Hartley 2. A passagem mais próxima desse corpo está agendada para o dia 11 de Outubro de 2010. A missão custará perto de 28 milhões de euros e tira partido da nave Deep Impact, pré-existente.

Essa passagem, em 2010, colocará a nave a apenas 1000 quilómetros do cometa. O equipamento empregue para conduzir o aparelho e as investigações é em tudo semelhante ao que foi usado na missão junto do cometa Tempel 1, em Julho de 2005. O Hartley 2, que a Epoxi vai explorar, poderá vir a ser identificado numa nova classe de cometas.

Além de investigar o cometa Hartley 2, a pequena nave vai apontar o maior dos seus dois telescópios a dois sistemas solares já identificados. Esta missão de observação para lá do nosso sistema solar decorrerá em finais de Janeiro de 2008, e permitirá estudar as propriedades de planetas gigantes, os seus sistemas de anéis e luas. A observação procurará ainda a identificação de eventuais planetas com massa aproximada à da Terra. Nestas observações, revelou a NASA, a Terra será encarada como se de um eventual planeta extra-solar se tratasse, do seu conhecimento podendo partir dados e valores que se tornem referência de comparação na caracterização dos novos mundos que se venha a descobrir.

Para Drake Deming, investigador principal da missão Epoxi no Godard Flight Space Centre, "a busca de sistemas planetários extra-solares representa o mais intrigante espaço de exploração do nosso tempo". Através da missão que coordena, afirma ainda que "temos o potencial para poder descobrir novos mundos e até mesmo analisar a luz que emitem e, talvez, descobrir que tipo de atmosfera possuem".

A mudança do rumo da missão e dos seus objectivos decorreu de uma incapacidade em localizar o seu alvo primordial. "Ao ser-nos impossível encontrar o cometa Boethin, optámos por uma solução alternativa", justifica Tom Duxbury, o project maganer da missão Epoxi no laboratório da NASA em Passadena, na Califórnia. O novo alvo, ou seja, o Hartley 2, é para ele "tão interessante quanto o primeiro, com a diferença de estar, contudo, a dois anos de distância". Michael A'Heam, investigador da Universidade de Maryland, acrescenta que o cometa Hartley 2 "é cientificamente tão interessante quanto o Boethin porque ambos têm núcleos activos relativamente pequenos".

O reajustar das coordenadas de voo da missão Epoxi, iniciado em Novembro, levará a nave a uma passagem próxima da Terra a 31 de Dezembro. Aí ficará em órbita estacionária, até que chegue a janela ideal de lançamento para o encontro ideal com o cometa Hartley 2, em 2010.

DN de 17 Dezembro 2007

Rio Azibo




Os alunos do 10º F da Escola Básica 2,3/S de Macedo de Cavaleiros vão participar no Projecto Rios. Adoptaram 500m do Rio Azibo e vão investigar a fauna, a flora, a geologia da zona, a qualidade da água,...
As aventuras serão publicadas por aqui!

Sandra Pinho

2007-12-09

Vulcanismo lunar terá mais de 4 mil milhões de anos

Uma actividade vulcânica pode ter começado na Lua há 4,35 mil milhões de anos, pouco após a formação da Terra, revela um estudo a aparecer hoje na revista Nature.

O vulcanismo ter-se-á iniciado quando a crosta do satélite natural da Terra estava ainda em formação, segundo os investigadores Kentaro Terada e Mahesh Anand, da Universidade de Hiroshima e da Open University, respectivamente.

Estas conclusões foram obtidas após a análise e a datação de minerais de um meteorito proveniente da Lua, o Kalahari 009.

Alguns dos minerais estavam ligados a fragmentos de magma cristalizado proveniente das mais antigas erupções que ocorreram nas planícies da Lua.

Segundo os investigadores, a datação da Kalahari 009 foi realizada a partir de cinco grãos de fosfato encontrados na rocha.

Outras amostras lunares de origem vulcânica foram trazidas no início dos anos 70, após as missões lunares do Apollo, mas eram todas mais recentes, tendo apenas entre 3,5 e 3,9 mil milhões de anos, o que fazia pensar que o vulcanismo apenas tinha surgido no astro há menos de 3,9 mil milhões de anos.

O meteorito Kalahari 009, uma rocha com 13,5 quilos, foi encontrado no Botsuana em 1999.

Diário Digital / Lusa

06-12-2007 0:20:00

Estudo: Origem da biodiversidade ligada ao ciclo do carbono

Antes da multiplicação do número de espécies na Terra, há 550 milhões de anos, esta conheceu um período de gelo, mas segundo um novo estudo teórico, o «Big-Bang» explica-se por um ciclo do carbono e não pela actividade dos vulcões.

Segundo a teoria mais conhecida, as erupções vulcânicas teriam permitido, através da libertação de grandes quantidades de CO2, o aquecimento necessário para que a Terra saísse do estado de gelo intenso durante o qual a fotossíntese cessou.

No entanto, segundo um novo estudo de três investigadores da universidade de Toronto, no Canadá, publicado esta semana na revista Nature, «uma zona significativa da superfície oceânica não atingida pelo gelo pôde subsistir no Equador», durante as glaciações que ocorreram há 850 - 635 milhões de anos.

Se o oceano não gelou, com a queda das temperaturas, grandes quantidades de oxigénio chegaram ao fundo dos oceanos, provocando a oxidação do carbono orgânico formado pela fotossíntese nas águas de superfície.

Uma parte deste CO2 pôde depois ser libertado para a atmosfera, contribuindo para o seu aquecimento.

«A solubilidade do oxigénio na água do mar controla a remineralização do carbono orgânico de tal forma que o nível de CO2 não pode cair abaixo de um nível onde se produziria um estado de arrefecimento permanente» da Terra, afirmam Richard Peltier, Yonggang Liu e John Crowley.

Assim, o fim do período glaciar não estaria forçosamente ligado a um súbito surgimento de níveis muito elevados de CO2 na atmosfera (causado pelas erupções vulcânicas).

Segundo a teoria em voga até hoje, a calote glaciar e de neve que cobria o planeta impediu o aquecimento ao reflectir a luz solar, até que as erupções vulcânicas libertaram CO2 suficiente para permitir o aparecimento da maioria das espécies animais e vegetais.

Diário Digital / Lusa

06-12-2007 7:09:00

2007-12-07

A Intervenção Humana na Preservação das Espécies

Dada a quase omnipresente presença humana no planeta, a conservação da Natureza está, cada vez mais, dependente da intervenção directa do Homem, na forma de acções de preservação ambiental de diversos tipos que é importante conhecer.

Bruno Pinto

A necessidade de gestão de habitats e espécies advém do facto de algumas áreas degradadas já não serem capazes de manter a diversidade biológica que possuem por processos naturais. Em áreas quase intocadas como a maior parte da Antárctica, não há razão para interferir com estes processos e por isso os biólogos apenas têm de garantir que estas se mantêm bem conservadas. No entanto, a maioria dos ecossistemas foram tão alterados, que a sobrevivência de algumas espécies depende da intervenção Humana. Este texto foca alguns dos casos em que se justifica esta intervenção e de que forma contribui para a conservação de espécies.

Um dos motivos mais comuns para a gestão de determinado habitat é que certas espécies são dependentes de vegetação que precisa de ser mantida pela intervenção Humana. Por exemplo, o Coelho-bravo precisa de áreas fechadas de matagal mediterrânico que usa como protecção contra predadores, intercaladas com áreas abertas de gramíneas de que se alimenta. Estas áreas abertas eram anteriormente mantidas pela acção de fogos naturais e por herbívoros silvestres como o veado, o corço e mesmo o coelho-bravo, que agora estão ausentes ou existem em baixas densidades. Na ausência destes factores naturais que contribuem para a abertura do matagal mediterrânico, é necessário fazer uma gestão de habitat para as criar artificialmente.

Quando uma população se encontra em risco de extinção, pode ser necessário acrescentar indivíduos de outra população para recuperá-la. No entanto, existem situações em que não é possível conservar uma espécie em estado selvagem. Por exemplo, a conservação do toirão-das-patas-negras nos EUA dependeu da reprodução em cativeiro dos últimos 18 indivíduos que existiam em estado selvagem. Estes animais foram postos em cativeiro por forma a evitar as doenças que dizimaram as populações selvagens e também para garantir que os seus descendentes não tivessem elevados níveis de consanguinidade.

As técnicas de reprodução em cativeiro e de reintrodução têm melhorado bastante nas duas últimas décadas, possibilitando assim a reprodução de espécies que se julgava impossível há uns anos atrás. A reprodução em cativeiro de animais selvagens é uma medida de último recurso e tem de ser acompanhada de acções que eliminem ou reduzam os factores de ameaça à espécie, de modo que seja possível repô-la na Natureza. Por exemplo, o sucesso da recuperação do toirão-das-patas-negras apenas foi possível graças ao eficiente programa de reprodução em cativeiro, mas também devido a acções de recuperação e protecção do seu habitat. Sem estas acções, não teria sido possível reintroduzir os animais no seu meio natural.

A gestão de habitats e espécies também se justifica quando espécies exóticas se tornam invasoras. Estas têm a capacidade de eliminar espécies nativas, sendo por isso necessário o seu controlo. Como é difícil a sua erradicação completa, pode ser necessária uma gestão permanente destas espécies. Por exemplo, o chorão é uma planta exótica invasora que se tem expandido na Reserva Natural das Berlengas, pondo em perigo espécies de plantas que apenas se encontram naquela ilha. Assim, tem-se cortado regularmente o chorão, de modo a controlar o seu crescimento por forma a permitir que essas espécies subsistam. Espécies exóticas invasoras podem também causar grandes prejuízos económicos. Por exemplo, o coelho- bravo é uma espécie exótica invasora na Austrália, tendo provocado a extinção de espécies animais e vegetais nativas mas também graves danos na agricultura calculados em milhares de dólares por ano.

Por último, a intervenção Humana também se justifica no caso de habitats em que a vegetação está bastante degradada. Por exemplo, suponhamos que há um local de extracção de pedra que foi abandonado. Se deixarmos que haja uma regeneração natural da vegetação, o processo pode demorar um longo período de tempo. Ao fazer uma restauração do habitat pela plantação de espécies autóctones, aceleramos o processo de recuperação do habitat, minimizando a erosão do solo e garantido que as espécies que ali existiam anteriormente são repostas naquela área.

Em resumo, nalguns ecossistemas degradados, é necessária a intervenção Humana para garantir a manutenção de espécies aí existentes. Esta intervenção poderá ser feita para impedir a extinção de espécies pela sua gestão directa, para controlar espécies exóticas invasoras ou recuperar áreas de vegetação degradada. O futuro da diversidade biológica depende destas acções, mas idealmente estas deveriam ser assumidas de novo pela Natureza.

Bibliografia

Primack, R.B. (1998). Essentials of conservation biology. Sinauer Associates.

Sutherland, W.J. (1998). Conservation science and action. Blackwell Science.

Tucker, G.M. e Evans, M.I. (1997). Habitats for birds in Europe : a conservation strategy for the wider environoment. Cambridge, U.K. : Birdlife International (Birdlife Conservation Series nº 6).

2007-11-12

O Investimento Europeu na ESA e as Futuras Missões até 2025

10-Nov-2007 - esquerda.net

Foi recentemente seleccionado o conjunto de futuras missões espaciais do programa científico da ESA, intitulado Cosmic Vision. Este programa abrange as missões a lançar entre 2015 e 2025 às quais foi lançado o desafio de responder a quatro perguntas:
1. Quais são as condições para a formação de planetas e de vida?
2. Como funciona o sistema solar?
3. Quais são as leis fundamentais da física que regem o Universo?
4. Como se formou o Universo e qual a sua constituição?
Artigo de Rui Curado Silva, investigador no Departamento de Física da Universidade de Coimbra As missões agora escolhidas destinam-se a um período inicial cujo lançamento se deverá realizar até 2020. No total de oito, estas missões serão reduzidas a quatro que serão efectivamente lançadas, após uma fase de avaliação que durará dois anos. Entre as oito missões referidas, quatro missões são dedicadas à astrofísica, abrangendo assuntos que vão desde o estudo da matéria escura à descoberta de novos exoplanetas. As restantes quatro missões destinam-se ao estudo do Sistema Solar, em particular ao estudo dos sistemas planetários de Júpiter e de Saturno, à recolha de matéria de asteróides e ao estudo de plasmas que envolvem a Terra.

O programa espacial da ESA tem cerca de 15 satélites a operar em permanência. O seu programa científico rivaliza com o programa da NASA e está claramente à frente nas missões de observação do Universo, nos grandes telescópios espaciais que cobrem os todos comprimentos onda observáveis a partir do espaço: do infravermelho aos raios gama. No entanto, a actual primazia da ESA está em causa dado o fraco incremento dos últimos orçamentos elaborados pelos conselhos de ministros europeus, cronicamente abaixo das perdas geradas pela inflação europeia. Apesar de os EUA apresentarem um PIB similar ao da Europa, a NASA tem um orçamento cinco vezes superior ao orçamento da ESA. Seria talvez tempo de a Europa reflectir a sério sobre o seu programa espacial, sobretudo tendo em conta o comprovado impacto positivo na sociedade que decorre do desenvolvimento de tecnologias espaciais. Por exemplo, duas tecnologias de uso generalizado de origem "espacial" são: o código de barras e a máquina fotográfica digital.

No plano nacional, o Programa Dinamizador das Ciências e Tecnologias do Espaço foi suspenso pelo Ministério da Ciência indefinidamente desde o início de 2006, na pior altura, precisamente quando o Programa Cosmic Vision foi lançado pela ESA. Actualmente existem duas participações portuguesas na definição de prováveis missões futuras da ESA. Um consórcio composto pela Faculdade de Ciências de Lisboa, pela Universidade de Coimbra e pelo Centro de Astrofísica do Porto participa no grupo de trabalho para análise dos dados da missão Gaia. A Universidade de Coimbra e a Universidade de Évora estão envolvidas no grupo de trabalho que projecta e desenvolve os instrumentos do plano focal de um novo telescópio de raios gama a propor ao Cosmic Vision: o Gamma-Ray Imager.

Antena solar danificada prolonga missão do Discovery

Dois astronautas do vaivém espacial Discovery prenderam terça-feira, com sucesso, um poste com 16 toneladas à Estação Espacial Internacional (ISS) mas a antena solar fixada a este poste foi danificada durante a sua reestruturação.

Pelo menos um dos painéis desta antena solar com duas asas das ISS foi em parte arrancada, segundo as imagens difundidas pela televisão da Nasa.

A antena, com 76 metros de envergadura, começou a ser desdobrada pouco após o fim da instalação do poste, chamado p6, sobre o qual a antena é fixada com um mecanismo de rotação.

A Nasa tirou uma série de fotografias à parte danificada para assim poder avaliar a amplitude dos estragos e examinar o procedimento a seguir para os reparar.

Aparentemente, os cabos externos que mantêm os painéis juntos não foram danificados.

O incidente ocorreu após os dois astronautas do vaivém norte-americano Discovery, Scott Parazynski e Doug Wheelock, terem acabado de instalar o poste no seu local definitivo, quando de uma saída orbital que durou sete horas e oito minutos, e que terminou às 16h55.

Esta foi a terceira saída orbital, de uma série de cinco previstas, para esta missão.

Esta antena solar, a terceira da ISS, tornou-se absolutamente necessária para evitar atrasar a colocação do laboratório europeu Columbus, prevista para o início de Dezembro.

O P6 foi solto do seu local temporário (onde se encontrava desde 2000), no topo da ISS, no domingo, quando da segunda saída orbital dos astronautas.

Preso pelo braço robótico do ISS pilotado a partir do interior pelos astronautas, o poste foi depois agarrado pelo braço robótico do Discovery para ser levado para o seu local definitivo, a 48 metros de distância do temporário.

Terça-feira, Clay Anderson e o novo engenheiro de voo da Expedição 16 da ISS, Daniel Tani, controlaram o braço robótico da Estação enquanto o co-piloto do Discovery, George Zamka e o astronauta Stephanie Wilson manipulavam o braço robótico do vaivém.

Este complicado bailado orbital foi coordenado por Paolo Nespoli, o astronauta italiano da Agência Espacial Europeia (ESA).

Scott Parazynski, um veterano das saídas orbitais, inspeccionou também o mecanismo de rotação de uma outra antena solar, que está a funcionar normalmente.

Os responsáveis da missão quiseram comparar este mecanismo de rotação com o sistema de rotação defeituoso, que foi descoberto no domingo, de uma antena solar instalada há quarto meses.

Daniel Tani tinha descoberto pequenos fragmentos metálicos e um desgaste anormal do mecanismo que nos últimos dois meses vibrava de forma anormal.

A Nasa confirmou oficialmente segunda-feira a decisão de prolongar por mais um dia a missão do Discovery para efectuar uma inspecção detalhada deste mecanismo de rotação defeituoso.

Assim sendo, dois astronautas deverão efectuar, quinta-feira, uma quarta saída orbital no espaço muito mais prolongada do que a inicialmente prevista.

Esta alteração fará com que o Discovery regresse à terra a 7 de Novembro e não a 6, como estava previsto, devendo assim desamarrar-se da Estação Espacial na segunda-feira.

Diário Digital / Lusa

31-10-2007 7:59:00

Hipermercado abre em Estremoz com inovação ambiental

A Sonae Distribuição inaugura hoje um novo hipermercado em Estremoz, pioneiro na implementação de várias iniciativas ambientais nos centros comerciais em Portugal, disse hoje à agência Lusa fonte do grupo.

De acordo com a empresa, o hipermercado de Estremoz apresenta-se como uma «loja experimental» em termos ambientais, tendo sido «desenvolvido um amplo conjunto de iniciativas pioneiras».

As iniciativas na área do ambiente, implementadas na unidade de Estremoz, pretendem contribuir para a poupança dos consumos de energia e água e para a gestão de resíduos.

No respeitante às soluções, que «são totalmente inovadoras em lojas da Sonae Distribuição», destaca-se na área da produção de energia eléctrica a instalação de painéis solares fotovoltaicos, um aerogerador e um novo sistema centralizado, mais eficiente, de controlo dos consumos energéticos dos equipamentos de frio.

Um colector solar para aquecimento das águas quentes da cafetaria e a utilização em vários equipamentos de lâmpadas de tecnologia LED (de muito baixo consumo) são outras das iniciativas implementadas.

Em relação à poupança dos consumos de água, entre outras medidas, a empresa vai utilizar a água de um poço existente na propriedade para alimentação do sistema de rega.

Inédito nas lojas Modelo, em relação à gestão de resíduos, é o «Espaço Eco- Modelo», munido de recipientes específicos para a colocação e posterior envio para valorização e reciclagem dos vários resíduos.
(...)

Diário Digital / Lusa

31-10-2007 10:18:00

2007-11-09

Astrónomos norte-americanos descobrem novo planeta

Cientistas norte-americanos anunciaram a descoberta de um novo planeta que orbita uma estrela fora do nosso sistema solar, o que aumenta as especulações sobre a existência de vida noutras partes do Universo.

Investigadores do Jet Propulsion Laboratory, em Pasadena, informaram que um quinto planeta foi encontrado a orbitar 55 Cancri, uma estrela situada a 41 anos-luz da Terra, na constelação de Câncer.

Geoff Marcy, astrónomo da Universidade da Califórnia, em Berkeley, disse que a descoberta mostra que outro sistema solar semelhante ao da Terra pode ser encontrado no espaço.

«A importância (do achado) é maravilhosa. Sabemos agora que o nosso sol e a sua família de planetas são comuns», disse.

«A nossa Via Láctea tem milhões de sistemas planetários (...) e suspeitamos fortemente de que alguns desses sistemas escondem planetas como a Terra», complementa Marcy.

O novo planeta tem 45 vezes a massa da Terra e parece ser semelhante a Saturno na sua composição e aparência.

O planeta realiza uma órbita de 260 dias em torno de 55 Cancri e situa-se na «zona habitável» em torno da estrela, onde as temperaturas permitiriam a presença de água em superfícies sólidas.

07-11-2007 10:45:21 - Diário Digital

2007-10-26

Fragmentos fósseis de cerca de 95 milhões - Texto cediddo pelo André Mogrão, falta a referência bibliográfica

Fragmentos fósseis de cerca de 95 milhões de anos são descobertos no norte do Maranhão

A fauna pré-histórica maranhense ganhou novos membros. É o que sugere um recente estudo desenvolvido em um dos mais ricos sítios paleontológicos do Brasil: a Laje do Coringa, na Ilha do Cajual, norte do Maranhão. As novas descobertas são o produto de uma já consagrada parceria entre os grupos de pesquisa da UFMA (Universidade Federal do Maranhão) e da UNESP (Universidade Estadual Paulista) de Rio Claro.A partir de diversos dentes fossilizados coletados na região, os pesquisadores encontraram evidências que apontam para a existência de formas animais até então desconhecidas que teriam habitado o Norte do Maranhão, entre 100 e 95 milhões de anos atrás, no período Cretáceo.
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A investigação vem sendo desenvolvida pelo paleobiólogo e mestre pela UNESP, Felipe Alves Elias, em conjunto com o Prof. Dr. Manuel A. Medeiros, da UFMA. A partir da análise de dois pequenos dentes de bordas altamente cortantes encontrados na Ilha do Cajual, os pesquisadores reconheceram um grupo de dinossauros carnívoros conhecidos como Velociraptorinae. Suspeitas da existência desse tipo de dinossauro no passado da região maranhense remontam ao final da década de 90. Os novos dados não apenas parecem confirmar essas suspeitas como também sugerem a existência de uma grande diversidade desses animais, já que os dentes analisados diferem de quaisquer outros já catalogados.Membros de um grupo de dinossauros carnívoros que variavam do tamanho de um peru ao de uma ema, os velociraptoríneos caracterizavam-se por possuírem cauda longa e rígida, membros dianteiros vigorosos, postura bípede e patas traseiras munidas de garras recurvadas e pontiagudas – armas poderosas utilizadas para auxiliar no abate de suas presas. Recentes descobertas na China sugerem também que estes animais eram provavelmente emplumados, algo que os aproxima de seus parentes modernos mais próximos, as aves.Estes pequenos carnívoros, famosos após serem retratados na produção hollywoodiana "Jurassic Park", já eram conhecidos no Brasil nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso, porém datavam de épocas mais recentes (entre 80 e 65 milhões de anos).O resultado mais empolgante do estudo veio, porém, através da descoberta de dentes alongados e pontiagudos, atribuídos a pterossauros - criaturas voadoras consideradas parentes próximos dos dinossauros. No Brasil, o mais importante registro destes animais encontra-se na chapada do Araripe, fronteira entre os estados do Piauí, Ceará e Pernambuco. Esta é a primeira evidência do grupo no Maranhão e uma das poucas em território brasileiro fora da região do Araripe.As características dos dentes analisados sugerem que no Maranhão existiram pelo menos dois grupos distintos de pterossauros, os Anhangueridae e os Ornithocheiridae. Os Anhangueridae tinham entre 3 e 6 metros de envergadura de asa e eram dotados de estranhas cristas na ponta do focinho. Já os Ornithocheiridae eram provavelmente menores e possuiam dentes longos e comprimidos lateralmente.Fósseis de ambos os grupos também podem ser encontrados na região do Araripe e, embora apenas através da morfologia dos dentes não seja possível definir com precisão a que espécies pertenciam, é provável que os pterossauros maranhenses tivessem um parentesco próximo com as formas que habitavam aquela região.Os pesquisadores também encontraram semelhanças morfológicas entre vários dos exemplares analisados durante a investigação (incluindo velociraptoríneos e pterossauros) e formas presentes no mesmo período histórico na África. Tais semelhanças reforçam uma longa linha de evidências anteriores que já apontavam para uma proximidade evolutiva entre as faunas maranhense e norte-africana, mesmo no estágio final de ruptura das duas massas continentais.

2007-10-22

Perfurações no fundo do Oceano Árctico revelam que o pólo norte já foi uma região subtropical

O Árctico, sinónimo de gelo e frio, foi outrora uma zona com clima subtropical e temperaturas mediterrânicas. Estes foram os primeiros resultados da expedição ACEX (Arctic Coring Expedition), que rumou ao Árctico com o objectivo de perfurar o fundo do mar e recolher amostras de sedimentos, e que regressa hoje à Noruega. Isso aconteceu num período de aquecimento global, há cerca de 55 milhões de anos.

Andy Kingdon, dos serviços geológicos britânicos, disse ao PÚBLICO que durante as seis semanas da expedição, os investigadores de oito países conseguiram recolher amostras de sedimentos oceânicos a 430 metros abaixo do fundo do mar.

"A história inicial da bacia do Árctico será reavaliada com base nos dados científicos recolhidos na expedição", disse Jan Backman, da Universidade de Estocolmo, citado num comunicado do Consórcio Europeu para a Investigação Científica por Perfuração (Ecord, na sigla inglesa) - que financiou a expedição -, constituído por 13 países europeus, incluindo Portugal.

A primeira análise das amostras, realizada ainda a bordo do "Vidar Viking" - um quebra-gelo sueco munido com perfurador -, revelaram indícios do que terá sido uma zona marítima subtropical e pouco profunda em pequenos fósseis de plantas e animais marítimos já extintos.

Estes vestígios reportam-se a um breve período que ocorreu há cerca de 55 milhões de anos, caracterizado por um clima ameno que deu origem ao chamado efeito de estufa. Na época, tratou-se de um fenómeno natural que causou a libertação de dióxido de carbono em grandes quantidades para a atmosfera e para o oceano.

"Estas condições levaram à extinção em massa de organismos que habitavam no fundo do mar", salientou Michael Kaminski, do University College de Londres (Reino Unido). "Fazendo um percurso no tempo, pudemos ver que muitas espécies vieram a desaparecer."

Os cientistas conseguiram identificar o período de tempo a partir de sedimentos de um género de alga que só aparece em regiões subtropicais. Estes fósseis indicam que o oceano Árctico já apresentou temperaturas na casa dos 20 graus Celsius, similares ao mar Mediterrâneo, em comparação com as temperaturas geladas de hoje.

"O Árctico foi outrora muito mais quente do que se pensava", frisou Andy Kingdon. "Já se sabia que todo o planeta foi durante este período muito mais quente do que é hoje, mas o que é surpreendente é que as temperaturas eram também muito elevadas mais a norte."

As amostras irão ser analisadas com mais pormenor em laboratório, na Universidade de Bremen, Alemanha.

Andy Kingdon lembrou ainda as difíceis condições que a equipa teve de ultrapassar: placas de gelo gigantescas, temperaturas muito baixas e nevoeiro cerrado. "O pior foi aguentar o 'Vidar Viking' numa posição estável para o processo de perfuração, devido à instabilidade provocada pelo gelo muito espesso. Se o quebra-gelo se movesse mais do que alguns metros, o perfurador podia partir-se e comprometer a expedição."

(Setembro de 2004) - Netprof

2007-09-28

Teste sobre rochas

Teste sobre rochas

http://www.cercifaf.org.pt/mosaico.edu/ca/descn/desciencias_04.html

2007-09-20

EXTINÇÃO DOS DINOSSÁURIOS

Os Dinossáurios, no decurso da sua longa "caminhada " de mais de 170 milhões de anos sobre a Terra "assistiram" à abertura do Atlântico, à formaçao e destruição de grandiosas cadeias de montanhas, "viveram" períodos de excepcional actividade vulcânica e "viram" aparecer as primeiras flores e as primeiras aves, tendo sobrevivido sempre, adaptados aos mais variados ambientes. Tendo dominado como "Senhores do Planeta" durante tão vasto intervalo de tempo, extinguiram-se da face da Terra, de forma radical e abrupta, há cerca de 66 Ma, num curtíssimo lapso de tempo, que marca a passagem do Mesozóico ao Cenozóico, isto é, no topo do Cretácico.

Acompanharam-nos nesta catástrofe biológica, à escala global, outros importantes grupos de répteis tais como os Plesiossáurios, os Ictiossáurios, os Pterossáurios, os Mosassáurios e alguns Crocodilianos. Igual destino sofreram 70 a 75% das famílias de animais marinhos, o fitoplâncton, algumas plantas superiores, etc..


Embora menos espectacular, a extinção maciça de tão vasto leque dos representantes vivos de então constitui um problema igualmente importante, embora menos explorado.

A extinção dos Dinossáurios não pode, pois, ser separada deste outro acontecimento bem mais amplo, não havendo ainda consenso entre os especialistas, quanto às causas desta crise biológica, que antecedeu os tempos modernos. As muitíssimas "teorias" elaboradas para explicar este fenómeno que, aliás, se tem repetido por diversas vezes ao longo da história do nosso Planeta, assumem-se como catastrofistas, umas, e gradualistas, outras.

Entre elas, umas procuram explicações endógenas e outras advogam causas exógenas ou extraterrestres. Como causas extraterrestres, há-as imaginadas interiores ao Sistema Solar (queda de um corpo meteórico, ou bólide, de grandes proporções) ou fora dele, como seja, por exemplo,o obscurecimento da luz solar por interposição de poeiras cósmicas intragalácticas, entre o Sol e a Terra, ou as resultantes da explosão de uma Supernova, suficientemente próxima do Sol.

Nos últimos dez anos tem-se assistido a um redobrado interesse pelo problema desta grande extinção, certamente com abusos (graves e desaconselháveis) da via especulativa, mas, apesar de tudo, com o mérito de ter feito congregar em torno dele um numeroso e prestigiado grupo de investigadores entre Geólogos, Paleontólogos, Biólogos, Físicos, Químicos, Astrónomos, Astrofísicos, Astroquímicos, etc..

Entre as causas tradicionalmente aceites, muito do gosto dos Paleontólogos clássicos, referem-se competição biológica, episódios generalizados de intensa actividade vulcânica ou, ainda, variações graduais ou bruscas de parâmetros físicos ou químicos, tais como teores de oxigénio ou de dióxido de carbono na atmosfera, temperatura ambiente, nível geral das águas dos mares, polaridade magnética, etc.

As hipóteses de explicação desta extinção em massa (que também vitimou os Dinossáurios) baseadas em causas extraterrestres, têm vindo a ganhar terreno na última década, em particular a partir do momento em que a equipa pluridisciplinar de investigadores da Universidade de Berkeley (Califórnia) chefiada pelo físico L. ALVAREZ (prémio Nobel) lançou a hipótese de ter ocorrido, há uns 66 Ma, uma colisão, com a Terra, de um corpo meteórico (asteróide ou cometa), estimado em cerca de 10 km de diâmetro e a uma velocidade da ordem dos 20 km/s ou mais. Do impacte teria resultado a pulverização e vaporização não só do corpo caído, como de grande quantidade das rochas crustais, no caso de a colisão ter ocorrido em Terra, e estes mesmos materiais acrescidos de vapor de água, nas mesmas grandiosas proporções, no caso do impacte ter ocorrido no oceano. Os números propostos pela equipa de ALVAREZ baseiam-se na estimativa da quantidade de materiais admitidos como extraterrestres (o irídio é de todos o mais divulgado) dispersos à volta do Globo (5x1011 t) na sequência do choque.

Acumulados numa delgada camada argilosa, na ordem dos poucos centímetros, rica de elementos raros na crosta terrestre e comuns em certos meteoritos, admite-se que tais materiais dispersos sejam a causa da bem conhecida e designada por anomalia de irídio, embora este comportamento anormal se verifique noutros elementos como paládio, platina, ásmio, rádio, ruténio, arsénio, etc.. Estas anomalias estão situadas exactamente na fronteira entre as duas Eras e são já conhecidos mais de 75 locais à volta do Globo onde ela foi posta em evidência, tanto em séries sedimentares em terra como em sondagens nos sedimentos jacentes nos fundos oceânicos. O lapso de tempo que lhe corresponde foi estimado, segundo os autores, entre algumas dezerlas e vários milhares de anos, durante o qual teria ocorrido a catástrofe. Tais números, apesar de díspares, têm em comum o serem particularmente pequenos relativamente aos tempos geológicos compatíveis com alterações desta dimensão, segundo os modelos clássicos.

O obscurecimento temporário produzido pelas poeiras em suspensão na atmosfera, incluindo, muito provavelmente, finas partículas de carvão em resultado da carbonização das florestas, teria produzido gravíssimas perturbações na actividade fotossintética do fitoplâncton (com ciclos de vida muito curtos) que se repercutiriam ao longo de toda a cadeia alimentar. Acumulativamente, ou não, outros efeitos da mesma causa podem ter ocorrido, tais como mudanças radicais do clima global de tipo " inverno nuclear", para uns, ou situação de secura abrasadora, para outros. Os gases libertados, alguns tóxicos, outros produzindo chuvas ácidas, podem, igualmente, ter contribuído para dar à crise biológica a dimensão catastrófica e global que lhe conhecemos.

Do impacte, avaliado numa magnitude equivalente à explosão de 6x1014 t (seiscentos milhões de megatoneladas) de TNT, teria resultado uma cratera com cerca de 200 km de diâmetro. Crateras de colisão meteórica conhecidas em terras emersas, com estas dimensões, ou são muito antigas ou demasiado jovens. A queda no mar apresenta-se mais provável (70% das quedas têm lugar no mar) e teria produzido menores quantidades de poeiras crustais, lançando na atmosfera quantidades de águas do mar na ordem dos 10 a 100 vezes a massa do bólide.

Um local admitido como possível para esta colisão catastrófica, segundo o próprio ALVAREZ, é o correspondente à curiosa, e ainda não completamente estudada, estrutura arredondada, situada ao largo de Peniche, no fundo oceânico, a cerca de 5 km de profundidade, e a uns 300 km a WNW de Lisboa , conhecida por Montanha Submarina de Tore. A sua forma elíptica, com 120 por 80 km, alongada na direcção meridiana, é interpretada como o resultado de deformação viscoelástica da crosta oceânica (A. RIBEIRO, 1989) com consequências ao nível das concepções basilares da tectónica global, que não cabe explicitar no âmbito desta exposiçao.


É certo que este modelo exógeno de explicação da extinção do final do Cretácico não agrada à maioria dos Paleontólogos, alguns de grande prestígio. Porém, embora não desejando tomar posição, devemos acrescentar que, volvidos dez anos sobre a então insólita comunicação da equipa de Berkeley, esta concepção tem ganho terreno sobre todas as outras, mercê de sucessivas achegas dos muitíssimos investigadores que se tém envolvido nesta problemática. Uma exposição pormenorizada mas não exaustiva de quase uma década de polémica em torno deste fascinante problema foi recentemente apresentada (A. GALOPIM DE CARVALHO, 1989).
_____________

In: CARVALHO, A. M. Galopim de (1989) - Dinossáurios. Lisboa:”Naturália”, Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, Colecção "Natura", (Nova Série)14: 133 pp..

2007-07-14

Spring Alive – balanço de 2007

Terminou no final de Junho a edição 2007 do Spring Alve, projecto desenvolvido pela BirdLife International na Europa.

Este ano, foram efectuados 16.455 registos, referentes às observações das 4 espécies de aves alvo do projecto. A Andorinha-das-chaminés foi a espécie que obteve o maior número de registos (5.747), seguida da Cegonha-branca (4.342), do Andorinhão-preto (3.711) e, por fim, do Cuco-canoro (2.655). Os países que lideram a lista dos que tiveram o maior número de participante foram a Irlanda, a Polónia e a Itália.
Portugal ocupou o 17º lugar, com um total de 127 observações. A SPEA quer agradecer a todos os que se interessaram por este projecto e quiserem dar o seu contributo, através do envio de observações. Aproveitamos ainda para agradecer o trabalho da Filipa Almeida, voluntária que acompanhou este projecto e que foi responsável pela actualização da versão portuguesa do site www.springalive.net.

Voluntários para Feira Nacional de Parques Naturais e Ambiente de Olhão

A SPEA, mais uma vez em parceria com a Artesanato Ambiental, vai participar na II Feira Nacional de Parques Naturais e Ambiente de Olhão, a decorrer nos próximos dias 26 a 29 de Julho, com horário entre as 18h e as 24h. Se estiver interessado em colaborar na divulgação e promoção da SPEA e na venda dos produtos da nossa loja junto dos visitantes, agradecemos que nos contacte através do e-mail vanessa.oliveira@spea.pt, até dia 19 de Julho.

Para mais informações sobre o Programa de Voluntariado da SPEA consulte www.spea.pt/index.php?op=voluntariadoSPEA.

Conhecer as aves de África

A SPEA vai promover 2 cursos de Introdução à Ornitologia de África, dados pelo sócio Gonçalo Elias, a decorrer no mês de Agosto, em Alcabideche (Cascais) e em Vila Nova de Gaia.
Se se interessa pelas aves deste continente e gostava de aprofundar os seus conhecimentos sobre as mesmas, ou está a pensar viajar até África (quem sabe participar na viagem da SPEA à Gâmbia/Senegal), este é o curso ideal para si! Mais informações em:

- http://www.spea.pt/index.php?op=act_2007/act_04082007 (curso em Alcabideche),
- http://www.spea.pt/index.php?op=act_2007/act_18082007 (curso em Vila Nova de Gaia).

Colónia de aves aquáticas destruída na barragem do Caia

A SPEA vem denunciar a destruição da colónia de aves aquáticas existente na barragem do Caia, devido à perturbação causada pelo pastoreio e passagem de motas na área de reprodução das aves. Perde-se assim uma colónia importante numa das Áreas Importantes para as Aves (IBA) da região do Alentejo, designada pela SPEA e pela BirdLife International.
Leia a versão completa do comunicado em www.spea.pt/conteudos/anexos_comunicados/20070628_CI_IBACaiaColoniaDestruida.pdf.

2007-06-29

Mestrado em Biologia da Conservação da Universidade de Évora

Estão abertas até 6 de Julho as candidaturas para a 4.ª edição (2007/08) do curso de Mestrado em Biologia da Conservação da Universidade de Évora. Para mais informações consulte o portal do MBC em www.ensino.uevora.pt/mbc.

Curso de Geomática com desconto para sócios da SPEA

A GeoPoint vai realizar a 13º edição da “Graduação Profissional em Geomática”, a decorrer em Lisboa, entre 8 de Outubro de 2007 e 22 de Janeiro de 2008 (192,5 horas). É um curso bastante prático, que pretende dotar os formandos dos conhecimentos técnicos e científicos associados à concepção, construção e exploração de Sistemas de Informação Geográfica (SIG).
O preço-base deste curso é de 1.925 €; contudo, se for estudante beneficia de desconto especial, ficando em 1.540€. Aos associados da SPEA, ou aos participantes dos cursos da SPEA ministrados na Geopoint, é oferecido o desconto especial de 100,00 €.
Para mais informações contacte cursos@geopoint.pt.

Comunicado SPEA: “Novo Aeroporto de Lisboa”

Com o aparecimento da opção do Campo de Tiro de Alcochete para a construção do Novo Aeroporto de Lisboa cresce a pressão sobre uma das zonas húmidas e áreas protegidas mais importantes da Europa. Para além dos enormes impactes ambientais associados à construção do aeroporto o risco de colisões entre aviões e aves deverá ser analisado, entendendo a SPEA que é necessário um estudo aprofundado sobre as comunidades de aves na área e restantes factores ambientais.
Veja o comunicado completo em www.spea.pt/conteudos/anexos_comunicados/20070626_CIAeroportodeLisboa.pdf.

Voluntários para actividades de sensibilização ambiental

A agência Cascais Natura (http://www.cascaisnatura.org/) solicitou o apoio da SPEA para o Programa NaturaObserva, que consiste em acções de vigilância da natureza e monitorização da biodiversidade no concelho de Cascais, no período do Verão.
O apoio da SPEA consistirá em: a) elaboração de fichas de campo para registo das aves observadas locais que serão monitorizados, e b) realização de uma palestra no início de cada quinzena, entre 16 de Julho a 30 de Setembro, sobre observação e identificação de aves, dirigida aos vigilantes que participarem do Programa acima referido.

A SPEA procura voluntários para a concretização destas duas acções, sendo necessário que os mesmos tenham conhecimentos sobre aves e identificação das mesmas. Os interessados deverão contactar Alexandra Lopes, através do e-mail alexandra.lopes@spea.pt ou Tel.: 21 322 0430, até ao próximo dia 8 de Julho, indicando a(s) acção(ões) em que poderá(ão) colaborar, bem como a sua disponibilidade.

2007-06-27

Síntese Proteica

Aves em meios rurais diminuíram 50% na Europa em 25 anos

12-06-2007 - AgroNotícias

Tom Marshall (rspb-images.com) - Miliaria calandra O último censo de aves comuns em toda a Europa demonstra um decréscimo de quase 50 por cento na abundância das aves que dependem dos meios rurais nos últimos 25 anos.

"Em Portugal, o pardal montês e a laverca são as espécies comuns que registam maior queda. Este problema, que atinge toda a Europa, é um reflexo da intensificação agrícola", adiantou à agência Lusa Domingos Leitão, coordenador do Programa Rural da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e membro da Task Force da BirdLife International.

Os resultados do census, hoje divulgado, não referem a quantidade de aves comuns na Europa, mas calcula apenas a sua evolução nos últimos anos.

"Tratam-se de espécies abundantes que é impossível contabilizar. O que se faz é seleccionar uma rede de locais e fazer aí uma evolução comparativa, calculando a sua evolução nos últimos anos", explicou.

Os dados recolhidos por vários cientistas do esquema Pan-Europeu de Monitorização de Aves Comuns (PECBM), incluindo da BirdLife International, baseiam-se em 20 programas de censos nacionais em toda a Europa nos últimos 25 anos e confirmam a "extensão dos estragos" nas populações de aves dependentes de meios rurais neste período.

Estas aves apresentam em toda a Europa decréscimos populacionais de 44 por cento, em média, entre 1980 e 2005.

Espécies como a laverca Alauda arvensis, o trigueirão Miliaria calandra, o abibe Vanellus vanellus e o pardal-montês Passer montanus são nomes sonantes da longa lista de espécies de aves rurais em declínio acentuado.

Também as aves dependentes de meios florestais apresentaram decréscimos importantes, da ordem dos nove por cento, em média.

"Os sistemas florestais reagem mais lentamente a alterações do que os meios agrícolas, pelo que novamente este é um sinal muito preocupante para os cientistas", comentou Domingos Leitão.

As organizações não governamentais representadas neste estudo, entre as quais a SPEA, solicitam uma reforma da Política Agrícola Comum (PAC) que tem levado a uma intensificação da agricultura.

Medidas de apoio a aves ameaçadas do Douro Internacional

26-06-2007 - AgroNotícias

Três das aves mais ameaçadas em Portugal, a águia bonelli, o abutre do Egipto e a cegonha-preta, vão ser alvo de um "plano de emergência" no Parque Natural do Douro Internacional, anunciou ontem o promotor do projecto.

O objectivo do plano é travar a perda de biodiversidade até 2010, facilitando o acesso a alimento, melhorando a sua produtividade, reduzindo as perturbações associadas a actividades humanas em zonas de nidificação e até melhorando a imagem destas espécies junto das populações locais.

O projecto é financiado pela EDP, no âmbito de várias iniciativas Business e Biodiversity da presidência portuguesa da União Europeia que começa em Julho.

O plano de actuação de emergência para a conservação daquelas aves rapinas, a que a agência Lusa teve acesso, prevê ainda a correcção de linhas eléctricas de média tensão e a criação de cercados de reprodução de coelho-bravo, uma espécie que nos últimos anos tem sido vítima doença hemorrágica viral e que constitui um dos principais alimentos daquelas espécies de aves.

A EDP explica, naquele documento, que a intervenção nas linhas eléctricas destina-se a diminuir o risco de mortalidade por electrocussão e colisão em áreas vitais de cinco casais de águia bonelli.

O plano da empresa prevê também a instalação de parcelas de cereal em antigos terrenos agrícolas, criando campos de alimentação das espécies de presas, o fornecimento de alimento artificial (coelhos e pombos domésticos) à águia bonelli, a construção de pombais, o repovoamento com perdiz-vermelha e a construção de dois campos de alimentação de abutres.

O Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), que hoje assinou um protocolo com a EDP sobre esta iniciativa, fica encarregue de apoiar e acompanhar as iniciativas Business e Biodiversity da eléctrica nacional.

Os movimentos das aves no parque vão ser acompanhados através de um sistema de vídeo-vigilância, a montar perto nos ninhos, e via GSMsatélite.

A EDP quer também promover campanhas de educação ambiental junto da população local, para potenciar as boas práticas agrícolas naquela zona do Douro Internacional.

2007-06-16

Ervas Aromáticas

As plantas sempre foram um recurso importante para o Ser Humano, como fonte de alimento, como remédio para muitos males e mesmo como “adorno”. “Não é pequena a lista de plantas bravias que podem ser utilizadas na alimentação humana, tanto directamente, como utilizadas como condimento. A muitas dessas plantas não tem sido reconhecido o seu verdadeiro mérito e utilidade. Os seus habitats são muito diversos, desde bosques, prados, ou matagais até beiradas de linhas de água e bordaduras de caminhos.” (José Alves Ribeiro)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem dados que mostram que cerca de 80% da população mundial utilizou algum tipo de erva aromática para fins medicinais. Desse total, pelo menos 30% foi por indicação médica. A própria OMS tem incentivado a utilização de plantas medicinas.
Os nossos antepassados entendiam as plantas com poderes curativos como fundamentais para a sua sobrevivência. “O Homem recolector brindou-nos com uma espectacular relação simbiótica com o meio, onde os ciclos de vida se complementavam em interacção. Com a tecnocratização esse mesmo Homem, agora mais evoluído, foi perdendo este sentido de relação com a Terra, encaminhando-se por vias de banalização e de desrespeito pelos Ecossistemas.” (Etnobotânica - José Alves Ribeiro, António Monteiro, Maria de Lurdes Silva, João Azevedo Editor). Ultimamente, com a ajuda da ciência, o Ser Humano tem compreendido a importância destas plantas, voltando assim a surgir uma maior procura. “Durante muito tempo considerou-se sem interesse o desenvolvimento deste tema face à importância crescente da química moderna e das maravilhas que supostamente consegue imitando a natureza. Mas, as muitas dúvidas sobre a metodologia e consequências de muitas substâncias que o Homem inventa levam à procura do natural, nomeadamente como forma de encontrar soluções sem consequências e efeitos secundários, o que a solução sintética não consegue no seu todo.” (A. Costa Lobo in Naturlink). A melhor forma de assegurar a sua provisão é constituir um jardim.
“Existem plantas medicinais e aromáticas das mais diversas espécies. Apresentam consistência herbácea, semi-herbácea ou lenhosa, com aproveitamento apenas de uma parte da planta ou da totalidade. Estas plantas têm na sua composição as substâncias que todas as outras possuem como seja água, sais minerais, ácidos orgânicos, hidratos de carbono ou substâncias proteicas. No entanto de planta para planta, há uma variação relativa destes compostos e noutras aparecem alguns outros que as demarcam e conferem propriedades especiais. Os componentes que diferenciam as plantas com estas características de outras, conferindo-lhe valor terapêutico e aromático, são os seus princípios activos. ” (A. Costa Lobo in Naturlink).
Dos princípios activos destacam-se os seguintes:
os alcalóides – compostos tóxicos que actuam sobre o sistema nervoso central; os óleos essenciais – obtêm-se por destilação e aparecem em plantas com um aroma característico; taninos – têm propriedades anti-diarreicas; princípios amargos – estimulam a secreção de sucos gástricos, melhorando o apetite; mucilagens – hidrocarbonetos utilizados como laxantes, lubrificantes ou anti-inflamatórios. Pra aprofundar este tema pode ser consultada a seguinte referência: Vasconcellos, J. C. (1949) Plantas Medicinais e Aromáticas. D.G.S.A. Lisboa.

As plantas aromáticas também aparecem ligadas às crendices populares. Como curiosidade citam-se algumas:
“Para afastar desordens ou tempestades na família – colocar três raminhos de alecrim, em cruz, debaixo da cinza na lareira da casa, sem que as pessoas iradas se apercebam e logo se acomodarão.”
“Para a moça fazer andar o rapaz sempre à cordinha, até que se resolva a casar com ela – trazer numa bolsinha, sobre o peito esquerdo, um osso de um cão, outro de um gato, três folhas de arruda, três raminhos de alecrim e um alho verde. Terá que lavar bem o corpo em cruz – desde as pontas dos dedos da mão direita – e das pontas dos dedos do pé direito até às pontas dos dedos da mão esquerda. Com esta água, faz-se um café, para servir ao dito cujo, acompanhado com ovos fritos, partidos no “cachaço” d’ela e aparados no respectivo “traseiro”.”
“Para evitar pesadelos – colocar um ou dois pés de alecrim debaixo da almofada que induzirão ao sono e evitarão pesadelos.” (Etnobotânica - José Alves Ribeiro, António Monteiro, Maria de Lurdes Silva, João Azevedo Editor)
Aproveitando a disciplina de Área de Projecto do 12º ano, um grupo de alunos da turma B desenvolveu um projecto que teve como finalidade sensibilizar a comunidade escolar para a utilidade das ervas aromáticas e seus fins medicinais e dotar a escola com mais um recurso pedagógico – Estufa e jardim que poderão ser utilizados em outros projectos e aulas práticas. A estufa foi construída com êxito mas a construção do jardim ficou inviabilizada devido ao factor tempo.
Paralelamente, outro grupo de alunos desenvolveu um projecto com a finalidade de explorar as potencialidades da compostagem em meio escolar. A compostagem é um processo que permite a transformação de resíduos domésticos (da cantina) num composto fertilizante natural. Este grupo pretende, também que os elementos da comunidade escolar tomem consciência de que pequenas mudanças de hábitos podem levar à redução dos resíduos domésticos a enviar para o aterro sanitário. O composto obtido neste processo poderá ser utilizado na estufa e no jardim.

Sandra Pinho
(ES/3 Macedo de Cavaleiros)

2007-06-08

Voluntários - SPEA

Voluntários para stand da SPEA na FIA

A SPEA, em parceria com a Artesanato Ambiental, vai participar na Feira de Artesanato de Lisboa, a decorrer na FIL nos próximos dias 23 de Junho a 2 de Julho. Se estiver interessado em colaborar na divulgação e promoção da SPEA e na na venda dos produtos da nossa loja junto dos visitantes, agradecemos que nos contacte através do e-mail vanessa.oliveira@spea.pt, até dia 17 de Junho.
Para mais informações consulte www.spea.pt/index.php?op=voluntariado_Feiras.

Livros Raros

Livros raros continuam em saldo

A feira do livro patente na loja da sede da SPEA desde o final de Abril está a ser um sucesso! Assim, decidimos prolongá-la para que não perca a oportunidade de adquirir com desconto, livros sobre as aves e o ambiente. A lista dos artigos em saldo pode ser consultada em www.spea.pt/index.php?op=artigos_saldo, sendo conveniente confirmar através do e-mail loja@spea.pt se o livro ou CD que deseja ainda se encontra à sua espera.

Saída de Campo - Serra da Estrela

O Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE) vai organizar em colaboração com a SPEA, uma saída de campo para observação de aves, a decorrer no próximo dia 16 de Junho. O itinerário da saída irá incluir a visita a locais situados nos vários andares bioclimáticos da Serra, tais como a Várzea do Rio Seia, o Vale do Rossim, Campos Romão, o Vale do Zêzere, o Covão d’Ametade, a Nave de Santo António, a Torre, a Lagoa Comprida e a Sr.ª do Desterro.
Inscrições e mais informações deverão ser obtidas junto de José Conde, pelo telefone 238320300.

2007-05-24

Efeito de estufa

Impacto ecológico da actividade humana


O efeito de estufa é um fenómeno da atmosfera terrestre pelo qual a radiação solar que penetra na atmosfera é reflectida pela superfície da Terra, sendo impedida de escapar devido aos vários gases que compõem o ar. Como consequência, há um aumento da temperatura média no planeta. Os principais gases responsáveis pelo efeito de estufa são o dióxido de carbono, o metano e os clorofluorcarbonetos (CFC).

A designação “efeito de estufa” foi originalmente utilizada pelo cientista sueco Svante Arrhenius, mas o fenómeno foi previsto pela primeira vez em 1827, pelo matemático francês Joseph Fourier.

O consumo de hidrocarbonetos e os incêndios florestais são os principais responsáveis pelo aumento do teor de dióxido de carbono na atmosfera. O metano é um subproduto da agricultura e pecuária (cultura do arroz, criação de gado bovino e gado ovino). O vapor de água é outro gás que contribui para o efeito de estufa.

O Programa das Nações Unidas para o Ambiente previu que, próximo do ano de 2025, a temperatura média global terá subido cerca de 1,5 ºC, com uma consequente subida do nível médio das águas do mar na ordem dos 20 cm. Algumas áreas ribeirinhas de baixas altitudes ficarão em risco de ser alagadas e as colheitas serão afectadas pelas alterações climáticas. Contudo, as previsões sobre o aquecimento global e os seus possíveis efeitos no clima estão ainda longe de ser consensuais.

Estima-se que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera tenha aumentado cerca de 25% desde a Revolução Industrial e 10% desde 1950. O aumento é, actualmente, de 0,5% por ano. Os níveis de clorofluorcarbonetos têm vindo a subir 5% ao ano e os níveis de óxido de azoto 0,4%, resultando num efeito de aquecimento global de 0,5%, desde 1900, e num aumento de 0,1 ºC na temperatura média dos oceanos durante a década de 1980. Os gelos árcticos, que possuíam uma espessura média da ordem dos 6 a 7 m em 1976, passaram a ter entre 4 a 5 m de espessura em 1987.

Uma central termoeléctrica de dimensão média, que gere cerca de 500 megawatts, lança para a atmosfera 500 toneladas de carbono, sob a forma de dióxido de carbono, em cada hora que passa. É possível evitar a saída de gases pelas chaminés destas centrais, armazenando-os sob pressão, embora a energia necessária para implementar este processo corresponda a um quinto da energia produzida pela central. A adicionar a tudo isto, há também a necessidade de armazenar, de forma segura, o volume enorme de resíduos resultante.

Em 1999, os cientistas da British Antarctic Survey, em Cambridge, alertaram para as rupturas apresentadas em duas falésias de gelo da Antárctida. Embora os cientistas já previssem um recuo, esperavam que este fosse mais gradual. Acrescentaram ainda ter-se registado tanta actividade num ano como em dez ou quinze.
As duas falésias, Larsen B e Wilkins, perderam, respectivamente, 1714 quilómetros quadrados e 1100 quilómetros quadrados da sua área. Os cientistas apontam como causa o aquecimento regional que tem vindo a prolongar a estação quente em duas ou três semanas, nos últimos 20 anos.

O derretimento do gelo glacial irá aumentar o nível do mar, que no último século já subiu dez centímetros. Caso todo este gelo derretesse, o nível do mar subiria 80 metros.


Adaptado de Enciclopédia Universal, Texto Editora

O que é a Ecologia?

A Ecologia é o estudo da relação entre os organismos e os ambientes em que vivem, incluindo todos os componentes vivos e não vivos. Os factores ambientais mais importantes que governam a distribuição de plantas e animais são a temperatura, a humidade, o solo, a intensidade luminosa, o oxigénio, o dióxido de carbono, a duração do dia, as reservas de alimentos e a interacção com outros organismos. O termo foi introduzido pelo biólogo Ernst Haeckel (1866).

A Ecologia pode referir-se a organismos individuais (por exemplo, Ecologia comportamental, estratégias de alimentação), populações (por exemplo, a dinâmica populacional), ou comunidades inteiras (por exemplo, a competição entre espécies pelo acesso aos recursos do ecossistema ou a relação predador-presa). A Ecologia aplicada diz respeito à gestão e conservação de habitats e às consequências e controlo da poluição.


Adaptado de Enciclopédia Universal, Texto Editora

Eventos que marcaram o tema "sustentabilidade" - Desde a Década de Noventa

Conferência Internacional sobre o Ambiente e Sociedade: "Educação
e Consciência Pública para a Sustentabilidade", que teve lugar em Thessaloniki, na Grécia (1997)
Resultou deste encontro a Declaração de Thessaloniki onde, mais uma vez, se destaca que: "a Educação Ambiental deve ser implementada de acordo com as orientações de Tbilisi e da sua evolução a partir das questões globais tratadas na Agenda 21 e nas grandes conferências da ONU que também abordaram a educação para sustentabilidade. Isso permite a referência à educação para o meio ambiente e da sustentabilidade".
Mais do que uma simples forma de transmitir informações e conhecimentos sobre os recursos naturais, a Educação Ambiental, embora não constitua a resposta absoluta para todos os problemas, constitui uma ferramenta indispensável à construção de novos valores e atitudes voltados para o desenvolvimento de uma sociedade comprometida com a resolução dos problemas ambientais, proporcionando condições adequadas de sobrevivência para as gerações presentes e futuras.
Para saber mais: Declaração de Tessalónica



Rio + 10, em Joanesburgo, na África do Sul (2002)
Fez-se o ponto da situação dos objectivos alcançados pelos documentos lançados na Cimeira da Terra de 1992 e assumiu-se o compromisso de fortalecer e melhorar a governação em todos os planos com o objectivo de atingir a aplicação efectiva de toda a Agenda 21 em todo o planeta.
A Convenção de Joanesburgo, como ficou conhecida, gerou dois documentos importantes: a Declaração Política e o Plano de Acção. O primeiro assume diversos desafios inter-relacionados e associados ao desenvolvimento sustentável, especificando vários compromissos gerais como uma melhor participação democrática nas políticas de desenvolvimento sustentável. O segundo é um documento longo e denso que identifica várias metas para a educação, a biodiversidade, a erradicação da pobreza, a alteração de padrões de consumo e de produção e a protecção dos recursos naturais, entre outros.
Para saber mais: http://www.johannesburgsummit.org


Bibliografia: Agenda 21 na Escola

Eventos que marcaram o tema "sustentabilidade" - Década de Oitenta

Eventos que marcaram o tema "sustentabilidade" - Década de Oitenta
Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, geralmente designada "Conferência do Rio" ou "Cimeira da Terra" (1982)
Esta conferência aconteceu exactamente vinte anos depois da sua antecessora (Conferência de Estocolmo) e contou com a presença de quase duas centenas de países. Representou uma inflexão importante no discurso político mundial, porque:
- Estabelece uma nova parceria mundial, mais equitativa, através da criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, sectores-chave das sociedades e os diferentes povos;
- Promove acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a integridade do sistema global de ambiente e desenvolvimento;
- Reconhece a natureza integral e interdependente do planeta.

Para saber mais:
Cimeira da Terra - Relatório


Relatório "O Nosso Futuro Comum", mais conhecido por "Relatório
Brundtland" (1987)
A Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento (presidida pela norueguesa Gro Brundtland) publicou um relatório que identifica a necessidade de integrar o meio ambiente e o desenvolvimento nas políticas nacionais.
Aqui nascia o conceito de desenvolvimento sustentável, que se define como sendo aquele "que responde às necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das gerações futuras responderem às suas próprias necessidades". O desenvolvimento sustentável pressupõe assim um progresso capaz de gerar riqueza e contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade como um todo (incluindo o combate às desigualdades sociais e à pobreza) sem pôr em causa a qualidade do ambiente nem provocar o esgotamento dos recursos naturais, de forma a assegurar que as gerações futuras tenham um ambiente pelo menos tão bom (ou tão mau...) quanto o disponível actualmente.
Para saber mais: http://www.brundtlandnet.com/brundtlandreport.htm

Bibliografia: Agenda 21 na Escola

Eventos que marcaram o tema "sustentabilidade" - Década de Setenta

Conferência de Estocolmo (1972)
Nesta Conferência sobre o Ambiente Humano promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu-se internacionalmente que a protecção ambiental está fortemente interrelacionada com o desenvolvimento económico e a prosperidade no mundo. Da conferência resultou a Declaração sobre o Ambiente Humano (ou Declaração de Estocolmo) que apela a que governos e cidadãos exerçam esforços conjuntos para a preservação e melhoria do ambiente humano e para benefício de todos.
Para saber mais: Conferência de Estocolmo



Relatório "Os limites ao crescimento" (1973)
O Clube de Roma defendeu neste controverso relatório que, se o crescimento económico não fosse refreado, o mundo sentiria graves consequências de médio e longo prazo, chamando também a atenção para o esgotamento dos recursos naturais do planeta e para os limites da sua capacidade de renovação.
Para saber mais: http://www.clubofrome.org



Conferência de Belgrado (1975)
Face às recomendações da Conferência de Estocolmo, a ONU e a UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) promovem, em, Belgrado, o Seminário Internacional de Educação Ambiental. Aqui foi criado o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA/IEEP).
Para saber mais: http://www.unesco.org



Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Tbilisi, na Geórgia (1977)
Nesta conferência promovida pela UNESCO, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), foram definidas as directrizes básicas da educação ambiental e da sua especificidade, características, princípios, objectivos e finalidades.
No relatório final da conferência pode ler-se "a Educação Ambiental deve facilitar uma tomada de consciência da interdependência económica, política e ecológica do mundo moderno, de modo a estimular o sentido de responsabilidade e de solidariedade entre as nações. Isto constitui um pré-requisito para que os problemas ambientais graves que se localizam no plano mundial possam ser resolvidos".
Para saber mais: http://www.uwsp.edu/natres/nres310510/thetbilisideclaration.htm






Bibliografia: Agenda 21 na Escola

Alterações climáticas e biodiversidade

(...)
Prevê-se que as alterações climatéricas afectem todos os aspectos da biodiversidade. No entanto, essas alterações têm de ter em conta o impacto de outras actividades humanas passadas, presentes e futuras, incluindo o aumento das concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
No entender do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), a temperatura média da superfície terrestre sofrerá uma subida de 1,4ºC para 5,8ºC no final do século XXI. Prevê-se ainda que as zonas terrestres evidenciarão um aquecimento maior que os oceanos e que os territórios localizados em latitudes mais altas aquecerão mais que os localizados nos trópicos. Estima-se que o nível médio das águas do mar aumente de 0,09 para 0,88 metros. Em geral, espera-se um aumento da precipitação nas altas latitudes e nas zonas equatoriais e uma diminuição nas zonas subtropicais.
É igualmente esperado que as alterações climatéricas afectem directamente os organismos individuais, as populações, a distribuição das espécies e a composição e funcionamento dos ecossistemas, quer directamente (devido, por exemplo, a alterações na precipitação e tempestades repentinas, no caso de ecossistemas marinhos e costeiros) quer indirectamente (devido ao impacto das alterações climatéricas na intensidade e na frequência de perturbações como os incêndios). A perda, modificação e fragmentação dos habitats bem como a introdução ou disseminação de espécies não autóctones são factores que afectarão o impacto produzido pelas alterações climatéricas.
Uma projecção realista do estado dos ecossistemas terrestres no futuro deve ter igualmente em conta os padrões de utilização dos solos e da água, os quais virão a afectar em grande medida a capacidade de os organismos responderem às alterações climatéricas recorrendo à migração.

O principal efeito das alterações do clima provocadas pelo Homem é a deslocação dos habitats de muitas espécies para latitudes ou altitudes mais elevadas face à sua habitual localização.
As espécies serão afectadas de formas diferentes pelas alterações do clima: haverá diferentes vagas de migração através das paisagens naturais fragmentadas e os ecossistemas actualmente dominados por espécies de vida longa (caso de algumas árvores) levarão algum tempo a mostrar sinais de mudança. Prevê-se, portanto, que a composição da maioria dos ecossistemas actuais se modifique, uma vez que é muito improvável que as espécies que compõem um mesmo ecossistema se desloquem todas de uma só vez.

Prevê-se que, por volta do ano 2080, em termos globais, cerca de 20% das zonas húmidas costeiras poderão desaparecer devido à subida do nível médio das águas do mar.
O impacto que a subida do nível do mar terá sobre os ecossistemas costeiros variará a nível regional, dependendo da erosão causada pelos mares e dos depósitos de sedimentos que ocorram em terra. É possível que alguns mangais das regiões costeiras insulares baixas, onde as cargas de sedimentação são altas e os processos de erosão são escassos, não sejam particularmente vulneráveis ao aumento do nível médio das águas do mar.


O risco de extinção de algumas espécies já vulneráveis aumentará.
As espécies com necessidades muito particulares no que toca aos factores abióticos/bióticos do habitat e/ou que constituem pequenas populações são normalmente as mais vulneráveis e passíveis de se extinguir. Entre estas figuram as espécies montanhosas endémicas e as populações isoladas em ilhas (aves como o kiwi neozelandês), em penínsulas (espécies vegetais que constituem o Reino Floral do Cabo) ou em áreas costeiras (mangais, pântanos costeiros e recifes de coral). Pelo contrário, as espécies que apresentam uma distribuição extensiva e regular, com mecanismos de dispersão de longo alcance e populações mais ou menos ubíquas correm um menor risco de extinção.
Não existem muitas provas que sugiram que as alterações climatéricas possam diminuir a perda de espécies, mas existem provas suficientes que demonstram que as alterações climatéricas podem acelerar este processo. Apesar de se especular sobre o facto de em algumas regiões se poder vir a observar um aumento da biodiversidade local (normalmente como consequência da introdução de espécies), as consequências a longo prazo são muito difíceis de predizer.

(...)
Bibliografia: Intergovernmental Panel on Climate Change - Climate Change and Biodiversity; IPCC Reports; WHO & UNEP, 2001.

Sustentabilidade - Introdução

Para muitas pessoas, mesmo no presente, "desenvolvimento" é ainda sinónimo de "crescimento económico". No entanto, o "desenvolvimento" tem obrigatoriamente que integrar outras perspectivas - tais como o bem-estar social e qualidade ambiental - sob risco de se esgotar o capital planetário que permite a prosperidade económica. No limite, se se destruírem os recursos naturais de que dependemos, o crescimento económico deixa de existir. Por exemplo, sem petróleo, carvão, gás natural, entre outros, a sociedade não sabe garantir a energia para a sua actividade económica; sem solo fértil e água limpa não é possível produzir alimentos e recursos florestais essenciais à sobrevivência... Ou seja, descurar o ambiente significa pôr em causa não apenas a prosperidade económica, mas também a sobrevivência da espécie humana ou, pelo menos, da sociedade desenvolvida tal como a conhecemos...

Os problemas ambientais tornaram-se referências diárias do quotidiano a partir dos anos 70, com maior destaque a partir dos anos 80. Foi durante estas décadas que as calamidades ambientais começaram a dominar as notícias. Imagens e notícias sobre o acidente nuclear de Chernobyl, a intoxicação de milhares de pessoas por mercúrio em Minamata, o "buraco" da camada de ozono, as montanhas de lixo, os alimentos perigosos, os derrames de petróleo ou as chuvas ácidas tornaram-se conceitos comuns...

Além disso nos anos 70 ocorreram as primeiras crises petrolíferas, que vieram lembrar de forma muito directa o quanto estamos dependentes de um recurso instável e em vias de extinção. Foi então que, finalmente, a comunidade internacional decidiu pôr mãos à obra.

Assim, mais visivelmente desde 1972, os governos de todo o planeta têm feito um esforço no sentido de obter dados realistas e atingir acordos sobre definições, objectivos e planos de acção e ainda medidas concretas a implementar para atingir um novo tipo de desenvolvimento onde ambiente, economia e bem-estar social apareçam de mãos dadas.


Bibliografia: Agenda 21 na Escola

2007-05-10

"Enciclopédia da Vida"

Na Internet
Lançada "Enciclopédia da Vida" com 1,8 milhões de espécies
09.05.2007 - 21h15 Reuters

Das maçãs às zebras, todas as 1,8 milhões de espécies conhecidas de animais e de plantas serão listadas na "Enciclopédia da Vida", na Internet, no âmbito de um projecto de cem milhões de dólares (73,6 milhões de euros) lançado hoje.

O projecto, que durará dez anos, pode ajudar todas as pessoas, desde as crianças com trabalhos de casa de biologia a governos que pretendam proteger espécies ameaçadas.

"A Enciclopédia da Vida pretende criar uma entrada para cada espécie conhecida", explicou James Edwards, director-executivo do projecto. "Neste momento falamos de 1,8 milhões". As espécies que forem sendo identificadas serão acrescentadas ao projecto.

Estará disponível informação em texto (inicialmente apenas em inglês), fotografias, mapas e vídeos.

A enciclopédia, gerida por uma equipa de entre 25 e 35 pessoas, vai partir de bases de dados já existentes para mamíferos, peixes, aves, anfíbios e plantas.

O projecto será coordenado pelo U.S. Field Museum, Universidade de Harvard, Marine Biological Laboratory, Missouri Botanical Garden, Smithsonian Institution e pela Biodiversity Heritage Library, um grupo que inclui o Museu de História Natural de Londres, o Jardim Botânico de Nova Iorque e o Jardim Botânico Real em Kew, Inglaterra.

Este ano comemora-se o 300º aniversário do nascimento do sueco Carl Linnaeus, cujo trabalho marcou a forma como as espécies são classificadas.

2007-05-08

Madagáscar II

Fauna e flora únicas

2007-02-26

Madagáscar separou-se de África no tempo dos dinossáurios e hoje, particularmente na costa ocidental, são ainda encontrados inúmeros fósseis destes animais. Isto conduz-nos à seguinte questão: como é que os animais malgaxes chegaram a esta ilha, tão distante do continente Africano e que se separou deste em tempos idos, onde os dinossáurios existiam e os mamíferos não se tinham desenvolvido?

A resposta é realmente peculiar pois estudos parecem demonstrar que a fauna de Madagáscar chegou à ilha “navegando”. Eventos como esta “navegação” são denominados “disseminação aleatória”). Existe uma tese que defende que grandes quantidades de vegetação se soltaram das margens dos rios e actuaram como meio de transporte, permitindo às espécies oriundas do continente ultrapassar a enorme barreira de água que as separava de Madagáscar.

Apesar da difícil travessia, estatisticamente, este evento é o mais provável, uma vez que todos os animais colonizadores iniciais aparentam ser de pequenas dimensões, o que é coerente com este tipo de disseminação.

Alguns representantes modernos dos carnívoros, apresentam ainda características que os tornariam mais aptos a sobreviverem a uma travessia deste género. A civeta malgaxe - Fossa fossana -, um carnívoro endémico de Madagáscar, consegue armazenar reservas ricas em gordura (especialmente na sua cauda), o que lhe permite enfrentar períodos de escassez de alimentos. Estas reservas de gordura podem representar até 25% do peso do corpo deste animal.

É também sugerido que os mamíferos colonizaram com sucesso a ilha, chegando em várias vagas. No caso das aves e insectos, a sua chegada à ilha terá resultado do facto de se terem desviado da sua rota habitual durante as suas viagens ao longo da costa africana.

A vegetação endémica ter-se-á também desenvolvido a partir das enormes massas de vegetação que atravessaram o canal.
Julga-se que mamíferos insectívoros (provavelmente semelhantes ao nosso ouriço-caxeiro) terão sido os primeiros colonizadores de Madagáscar. Vários eventos de colonização terão ocorrido, transportando para a ilha diferentes espécies, as quais se desenvolveram isoladas do resto do mundo durante milhões de anos. Esse isolamento fez com que actualmente aí se encontre um elevado número de endemismos (espécies que não existem em mais lado nenhum do planeta).
Alguns exemplos de endemismos encontrados actualmente em Madagáscar:

Plantas cerca de 2000 espécies 85% são endémicas
Anfíbios mais de 300 espécies * mais de 90% são endémicas
Répteis 346 espécies mais de 90% são endémicas
Aves 209 espécies ** 51% são endémicas
Mamíferos terrestres 101 espécies 100% são endémicas

* Cada vez mais anfíbios estão a ser descobertos
** 209 é o número de aves que se reproduz regularmente na ilha. Um total de 283 espécies estão aí registadas.
Este nível de endemismo é excepcionalmente elevado, quando comparado com outras partes do globo.

por Badoca Safari Park.

Madagáscar I

Geologia, Geografia e habitats

2007-02-26

Há aproximadamente 165 milhões de anos, o afastamento das placas tectónicas contribuiu para a criação do Canal de Moçambique, dando início à longa jornada que levaria ao aparecimento da ilha de Madagáscar, localizada no Oceano Indico.
Contudo, foi apenas há 70 milhões de anos que o sub-continente indiano, outra grande massa de terra, se separou de Madagáscar, criando as lisas escarpas que caracterizam a costa oriental da ilha. Esta massa, dirigindo-se para Norte em direcção ao continente Asiático, deu origem à formação dos Himalaias.

A ilha de Madagáscar é famosa pelo seu notável tamanho e diversidade de habitats, pelo que é comummente designada como o “8.º continente”. Esta diversidade resulta especialmente da sua localização geográfica (entre os trópicos), do seu enorme tamanho e da sua topografia pouco habitual.

A costa oriental da ilha é caracterizada por abruptas escarpas batidas pelo Oceano Indico, com um clima bastante húmido e sujeito a tempestades tropicais entre os meses de Dezembro e Março. No topo destas escarpas encontramos o “haute plateaux” com as suas temperaturas amenas e, apartir daí, começa uma longa e lenta descida para ocidente, onde Madagáscar encontra as quentes e azuis águas do Canal de Moçambique.
A costa ocidental é quente e seca, tornando-se ainda mais seca conforme nos deslocamos para Sul.

A ilha pode ser biogeograficamente dividida numa região oriental e numa região ocidental.
A região oriental pode ainda subdividir-se em quatro “domínios” (domain no original) naturais: (Eastern Domain of Lowland Rainforest); Central Domain of Mid-Altitude Montane Rainforest, High-Mountain Domain of High-Altitude Montane Forest e Sambriano Domain of High-Altitude Montane Forest) e ainda uma paisagem intervencionada pelo Homem (Eastern Anthropogenic Grasslands).
A região ocidental divide-se em dois “domínios” naturais (Western Domain of Dry e Southern Domain of Spiny Forest/Thorn Scrub) e numa área que se julga ter sido intervencionada pelo Homem (Western Anthropogenic Grasslands).

por Badoca Safari Park.

Abril 74 – Ciência 07

Boaventura de Sousa Santos

26/04/2007

Nesta data mágica de Abril, o debate político bateu fundo. O primeiro-ministro talvez esteja a pagar caro a posição do Governo sobre a OPA da Sonae contra a PT, enquanto comunistas e humoristas indolentados pelas presas fáceis glosam o inglosável; a Universidade Independente é a ponta do iceberg da política de desmantelamento da universidade pública por via da concorrência selvagem das universidades privadas, conduzida pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva; uma televisão pública irresponsável aproveita­‑se do fracasso da educação nos últimos trinta anos para organizar um festival grotesco de revanchismo. E, para completar o quadro, dói ver um capitalismo incompetente levar à falência uma das bandeiras da nossa auto­‑estima e qualidade de vida, as louças da Vista Alegre, enquanto a hipocrisia dominante celebra a privatização da saúde, educação e segurança social, ao mesmo tempo que chora lágrimas de crocodilo ao verificar que Portugal é o país socialmente mais injusto da Europa.



Neste contexto, cabe perguntar: valeu a pena o 25 de Abril? Valeu por tudo aquilo que não é notícia, quer porque é tão natural quanto a sede, quer porque a mediocridade geral dos media não enxerga para além da mediocridade. Neste último caso, não é notícia uma das transformações mais notáveis da sociedade portuguesa nos últimos trinta anos: o extraordinário avanço científico, a criação de um sistema nacional de ciência e a tradução deste em indicadores internacionais em que a comunidade e a sociedade científica portuguesas se podem rever com orgulho. Nos passados dias 12 e 13 de Abril, realizou-se o Encontro Ciência 2007, em que os melhores centros de investigação do país – os 25 laboratórios associados e os seus 5500 investigadores – apresentaram ao público, de modo muito pedagógico, os resultados mais recentes da investigação que estão a realizar. Foram abordados temas tão diversos quanto análise matemática, estudos florestais, fusão nuclear, robótica, geologia, neurociências, educação intercultural, migrações, nanotecnologias, biologia, biotecnologias, engenharia de sistemas, comportamentos políticos, tratamento de lixo e resíduos, energia, transportes, telecomunicações, química verde, etc.



Esta grande mostra da ciência não foi tão anunciada quanto merecia, mas não teria passado despercebida aos media se estes nela tivessem visto algum sinal da corrosão do tecido social que tão zelosamente exploram. E, de facto, as poucas notícias foram de comentários críticos que, no melhor dos casos, me pareceram equivocados, produtos da mentalidade, hoje imperante, de que nada pode dar certo. Ao contrário, a imagem que se colheu neste encontro foi a de um país jovem, fortemente internacionalizado, sem complexos de inferioridade ou superioridade, competitivo, trabalhando em equipa. Temos hoje uma política de ciência que, se o esforço que ela implica for sustentado, é uma das mais incisivas razões por que valeu a pena o 25 de Abril.

2007-05-07

Parque Natural da Arrábida

“Transgénicos Fora do Prato”

Pioneer cancela dois pedidos de ensaios de transgénicos,
mas volta a tentar associando-se à Syngenta

Plataforma “Transgénicos Fora do Prato” * 02/02/2007

Começou esta semana a consulta pública de mais um conjunto de pedidos para ensaios experimentais de milho transgénico não autorizado para cultivo comercial. Nos dois últimos anos a Pioneer pretendeu testar milho transgénico (Ponte da Barca/Cadaval em 2005 e Ponte da Barca/Arcos de Valdevez em 2006) mas enfrentou fortes dificuldades: as câmaras do Cadaval e de Ponte da Barca rapidamente se declararam Zonas Livres de Transgénicos e todas produziram pareceres onde deixavam clara a sua rejeição quanto a tal escolha. A empresa acabou por se ver forçada a desistir de tais intenções, em parte por deficiências graves na documentação apresentada.

Em 2007, a Pioneer volta a tentar, desta vez associada à Syngenta e com três novas localizações: Alcochete, Salvaterra de Magos e Rio Maior. Alcochete é uma escolha irónica: a sua Assembleia Municipal aprovou, por unanimidade, a criação de uma Zona Livre de Transgénicos em 28 de Dezembro de 2006. Em relação aos ensaios agora propostos pela Pioneer/Syngenta, o presidente da Assembleia Municipal de Alcochete, Dr. Miguel Boieiro, já declarou que «Somos contra todo o tipo de experiências, não suficientemente seguras sob o ponto de vista científico e ético, que podem pôr em causa a biodiversidade presente e futura. A actual geração não tem o direito de alienar a segurança e o bem-estar dos seres humanos e outros que, a seguir, virão habitar o Planeta». Esta atitude provocatória ao poder local por parte da Pioneer e da Syngenta revela um total desrespeito pela vontade dos cidadãos na declaração das zonas livres de transgénicos.

Plataforma “Transgénicos Fora do Prato” * é uma estrutura integrada por onze entidades não­‑governamentais da área do ambiente e agricultura (ARP, Aliança para a Defesa do Mundo Rural Português; ATTAC, Associação para a Taxação das Transacções Financeiras para a Ajuda ao Cidadão; CNA, Confederação Nacional da Agricultura; Colher para Semear, Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais; FAPAS, Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens; GAIA, Grupo de Acção e Intervenção Ambiental; GEOTA, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente; LPN, Liga para a Protecção da Natureza; MPI, Movimento Pró­‑Informação para a Cidadania e Ambiente; QUERCUS, Associação Nacional de Conservação da Natureza; e SALVA, Associação de Produtores em Agricultura Biológica do Sul) e apoiada por dezenas de outras. Para mais informações contactar info@stopogm.net.

O litoral que se esboroa...

Rita Calvário
esquerda.net 09/02/2007

A subida do nível do mar e a erosão costeira são das situações ambientais mais urgentes para Portugal, pela sua condição periférica e peninsular.

Num relatório recente da Comissão Europeia, Portugal surge no 4º lugar entre 18 países com maiores incidências de processos erosivos, com 28,5% da costa em perigo de erosão.

A extracção de areias, a existência de barragens, a pressão urbanística (mais de 70% da população reside no litoral, com metade das zonas urbanas concentradas em 13 km de costa) e a crescente construção em áreas sensíveis exercem uma grande pressão sobre o litoral e são responsáveis pelo acentuar dos processos de erosão.

A isto junta-se o fenómeno das alterações climáticas, sendo que as previsões para Portugal apontam para uma subida do nível médio do mar entre 25 a 110 cm até 2100: se assim for, 67% do litoral estará em risco de erosão (valor que especialistas estimam já afectar a costa algarvia). A orla entre Espinho e o Cabo Mondego deverá sofrer um aumento de 15% a 20% do ritmo de erosão.

Furadouro (Ovar) é a zona com maior taxa de recuo do País, com 9 metros/ano, colocando em grande risco cerca de 12 aglomerados populacionais daquela região. Segue-se Espinho e Cortegaça (Ovar), com uma taxa de mais de 2 metros/ano. O troço entre a Costa Nova e Vagueira recuou já uma média de 220 metros de 1959 a 1998, a que se juntam mais de 8,5 metros só entre 2000 e 2003. Na faixa que vai do Furadouro (Ovar) a Mira, entre 1958 e 2002, registaram-se, nalguns pontos, recuos de 230 metros, correspondentes a uma perda média da linha de costa de 6 metros/ano, existindo registos de recuos de 15 metros durante um único temporal. (...)

Patentear a vida

Michael Crichton *
The New York Times 25/02/2007

Você, ou alguém que você ama, pode morrer devido a uma patente de gene que, à partida, nunca deveria ter sido concedida. Parece improvável? Infelizmente, é apenas demasiado real.

As patentes de genes são agora usadas para deter a investigação, impedir testes médicos e manter informação vital longe de si e do seu médico. As patentes de genes retardam o passo dos avanços médicos sobre doenças mortais. E elevam os custos exorbitantemente: um teste para cancro de mama que poderia fazer­‑se por 1.000 dólares custa agora 3.000 dólares.

Porquê? Porque o detentor da patente do gene pode cobrar o que quiser, e fá­‑lo. Poderia alguém fazer um teste mais barato? Claro, mas o detentor da patente bloqueia qualquer teste por parte de um competidor. Possui o gene. Ninguém mais pode o testar. Na verdade, uma pessoa não pode sequer doar o seu próprio gene do cancro da mama a outro cientista sem o consentimento do detentor. O gene pode existir no seu corpo, mas é agora propriedade privada. (...)