2007-05-24

Efeito de estufa

Impacto ecológico da actividade humana


O efeito de estufa é um fenómeno da atmosfera terrestre pelo qual a radiação solar que penetra na atmosfera é reflectida pela superfície da Terra, sendo impedida de escapar devido aos vários gases que compõem o ar. Como consequência, há um aumento da temperatura média no planeta. Os principais gases responsáveis pelo efeito de estufa são o dióxido de carbono, o metano e os clorofluorcarbonetos (CFC).

A designação “efeito de estufa” foi originalmente utilizada pelo cientista sueco Svante Arrhenius, mas o fenómeno foi previsto pela primeira vez em 1827, pelo matemático francês Joseph Fourier.

O consumo de hidrocarbonetos e os incêndios florestais são os principais responsáveis pelo aumento do teor de dióxido de carbono na atmosfera. O metano é um subproduto da agricultura e pecuária (cultura do arroz, criação de gado bovino e gado ovino). O vapor de água é outro gás que contribui para o efeito de estufa.

O Programa das Nações Unidas para o Ambiente previu que, próximo do ano de 2025, a temperatura média global terá subido cerca de 1,5 ºC, com uma consequente subida do nível médio das águas do mar na ordem dos 20 cm. Algumas áreas ribeirinhas de baixas altitudes ficarão em risco de ser alagadas e as colheitas serão afectadas pelas alterações climáticas. Contudo, as previsões sobre o aquecimento global e os seus possíveis efeitos no clima estão ainda longe de ser consensuais.

Estima-se que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera tenha aumentado cerca de 25% desde a Revolução Industrial e 10% desde 1950. O aumento é, actualmente, de 0,5% por ano. Os níveis de clorofluorcarbonetos têm vindo a subir 5% ao ano e os níveis de óxido de azoto 0,4%, resultando num efeito de aquecimento global de 0,5%, desde 1900, e num aumento de 0,1 ºC na temperatura média dos oceanos durante a década de 1980. Os gelos árcticos, que possuíam uma espessura média da ordem dos 6 a 7 m em 1976, passaram a ter entre 4 a 5 m de espessura em 1987.

Uma central termoeléctrica de dimensão média, que gere cerca de 500 megawatts, lança para a atmosfera 500 toneladas de carbono, sob a forma de dióxido de carbono, em cada hora que passa. É possível evitar a saída de gases pelas chaminés destas centrais, armazenando-os sob pressão, embora a energia necessária para implementar este processo corresponda a um quinto da energia produzida pela central. A adicionar a tudo isto, há também a necessidade de armazenar, de forma segura, o volume enorme de resíduos resultante.

Em 1999, os cientistas da British Antarctic Survey, em Cambridge, alertaram para as rupturas apresentadas em duas falésias de gelo da Antárctida. Embora os cientistas já previssem um recuo, esperavam que este fosse mais gradual. Acrescentaram ainda ter-se registado tanta actividade num ano como em dez ou quinze.
As duas falésias, Larsen B e Wilkins, perderam, respectivamente, 1714 quilómetros quadrados e 1100 quilómetros quadrados da sua área. Os cientistas apontam como causa o aquecimento regional que tem vindo a prolongar a estação quente em duas ou três semanas, nos últimos 20 anos.

O derretimento do gelo glacial irá aumentar o nível do mar, que no último século já subiu dez centímetros. Caso todo este gelo derretesse, o nível do mar subiria 80 metros.


Adaptado de Enciclopédia Universal, Texto Editora

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