Impacto ecológico da actividade humana
O efeito de estufa é um fenómeno da atmosfera terrestre pelo qual a radiação solar que penetra na atmosfera é reflectida pela superfície da Terra, sendo impedida de escapar devido aos vários gases que compõem o ar. Como consequência, há um aumento da temperatura média no planeta. Os principais gases responsáveis pelo efeito de estufa são o dióxido de carbono, o metano e os clorofluorcarbonetos (CFC).
A designação “efeito de estufa” foi originalmente utilizada pelo cientista sueco Svante Arrhenius, mas o fenómeno foi previsto pela primeira vez em 1827, pelo matemático francês Joseph Fourier.
O consumo de hidrocarbonetos e os incêndios florestais são os principais responsáveis pelo aumento do teor de dióxido de carbono na atmosfera. O metano é um subproduto da agricultura e pecuária (cultura do arroz, criação de gado bovino e gado ovino). O vapor de água é outro gás que contribui para o efeito de estufa.
O Programa das Nações Unidas para o Ambiente previu que, próximo do ano de 2025, a temperatura média global terá subido cerca de 1,5 ºC, com uma consequente subida do nível médio das águas do mar na ordem dos 20 cm. Algumas áreas ribeirinhas de baixas altitudes ficarão em risco de ser alagadas e as colheitas serão afectadas pelas alterações climáticas. Contudo, as previsões sobre o aquecimento global e os seus possíveis efeitos no clima estão ainda longe de ser consensuais.
Estima-se que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera tenha aumentado cerca de 25% desde a Revolução Industrial e 10% desde 1950. O aumento é, actualmente, de 0,5% por ano. Os níveis de clorofluorcarbonetos têm vindo a subir 5% ao ano e os níveis de óxido de azoto 0,4%, resultando num efeito de aquecimento global de 0,5%, desde 1900, e num aumento de 0,1 ºC na temperatura média dos oceanos durante a década de 1980. Os gelos árcticos, que possuíam uma espessura média da ordem dos 6 a 7 m em 1976, passaram a ter entre 4 a 5 m de espessura em 1987.
Uma central termoeléctrica de dimensão média, que gere cerca de 500 megawatts, lança para a atmosfera 500 toneladas de carbono, sob a forma de dióxido de carbono, em cada hora que passa. É possível evitar a saída de gases pelas chaminés destas centrais, armazenando-os sob pressão, embora a energia necessária para implementar este processo corresponda a um quinto da energia produzida pela central. A adicionar a tudo isto, há também a necessidade de armazenar, de forma segura, o volume enorme de resíduos resultante.
Em 1999, os cientistas da British Antarctic Survey, em Cambridge, alertaram para as rupturas apresentadas em duas falésias de gelo da Antárctida. Embora os cientistas já previssem um recuo, esperavam que este fosse mais gradual. Acrescentaram ainda ter-se registado tanta actividade num ano como em dez ou quinze.
As duas falésias, Larsen B e Wilkins, perderam, respectivamente, 1714 quilómetros quadrados e 1100 quilómetros quadrados da sua área. Os cientistas apontam como causa o aquecimento regional que tem vindo a prolongar a estação quente em duas ou três semanas, nos últimos 20 anos.
O derretimento do gelo glacial irá aumentar o nível do mar, que no último século já subiu dez centímetros. Caso todo este gelo derretesse, o nível do mar subiria 80 metros.
Adaptado de Enciclopédia Universal, Texto Editora
2007-05-24
O que é a Ecologia?
A Ecologia é o estudo da relação entre os organismos e os ambientes em que vivem, incluindo todos os componentes vivos e não vivos. Os factores ambientais mais importantes que governam a distribuição de plantas e animais são a temperatura, a humidade, o solo, a intensidade luminosa, o oxigénio, o dióxido de carbono, a duração do dia, as reservas de alimentos e a interacção com outros organismos. O termo foi introduzido pelo biólogo Ernst Haeckel (1866).
A Ecologia pode referir-se a organismos individuais (por exemplo, Ecologia comportamental, estratégias de alimentação), populações (por exemplo, a dinâmica populacional), ou comunidades inteiras (por exemplo, a competição entre espécies pelo acesso aos recursos do ecossistema ou a relação predador-presa). A Ecologia aplicada diz respeito à gestão e conservação de habitats e às consequências e controlo da poluição.
Adaptado de Enciclopédia Universal, Texto Editora
A Ecologia pode referir-se a organismos individuais (por exemplo, Ecologia comportamental, estratégias de alimentação), populações (por exemplo, a dinâmica populacional), ou comunidades inteiras (por exemplo, a competição entre espécies pelo acesso aos recursos do ecossistema ou a relação predador-presa). A Ecologia aplicada diz respeito à gestão e conservação de habitats e às consequências e controlo da poluição.
Adaptado de Enciclopédia Universal, Texto Editora
Eventos que marcaram o tema "sustentabilidade" - Desde a Década de Noventa
Conferência Internacional sobre o Ambiente e Sociedade: "Educação
e Consciência Pública para a Sustentabilidade", que teve lugar em Thessaloniki, na Grécia (1997)
Resultou deste encontro a Declaração de Thessaloniki onde, mais uma vez, se destaca que: "a Educação Ambiental deve ser implementada de acordo com as orientações de Tbilisi e da sua evolução a partir das questões globais tratadas na Agenda 21 e nas grandes conferências da ONU que também abordaram a educação para sustentabilidade. Isso permite a referência à educação para o meio ambiente e da sustentabilidade".
Mais do que uma simples forma de transmitir informações e conhecimentos sobre os recursos naturais, a Educação Ambiental, embora não constitua a resposta absoluta para todos os problemas, constitui uma ferramenta indispensável à construção de novos valores e atitudes voltados para o desenvolvimento de uma sociedade comprometida com a resolução dos problemas ambientais, proporcionando condições adequadas de sobrevivência para as gerações presentes e futuras.
Para saber mais: Declaração de Tessalónica
Rio + 10, em Joanesburgo, na África do Sul (2002)
Fez-se o ponto da situação dos objectivos alcançados pelos documentos lançados na Cimeira da Terra de 1992 e assumiu-se o compromisso de fortalecer e melhorar a governação em todos os planos com o objectivo de atingir a aplicação efectiva de toda a Agenda 21 em todo o planeta.
A Convenção de Joanesburgo, como ficou conhecida, gerou dois documentos importantes: a Declaração Política e o Plano de Acção. O primeiro assume diversos desafios inter-relacionados e associados ao desenvolvimento sustentável, especificando vários compromissos gerais como uma melhor participação democrática nas políticas de desenvolvimento sustentável. O segundo é um documento longo e denso que identifica várias metas para a educação, a biodiversidade, a erradicação da pobreza, a alteração de padrões de consumo e de produção e a protecção dos recursos naturais, entre outros.
Para saber mais: http://www.johannesburgsummit.org
Bibliografia: Agenda 21 na Escola
e Consciência Pública para a Sustentabilidade", que teve lugar em Thessaloniki, na Grécia (1997)
Resultou deste encontro a Declaração de Thessaloniki onde, mais uma vez, se destaca que: "a Educação Ambiental deve ser implementada de acordo com as orientações de Tbilisi e da sua evolução a partir das questões globais tratadas na Agenda 21 e nas grandes conferências da ONU que também abordaram a educação para sustentabilidade. Isso permite a referência à educação para o meio ambiente e da sustentabilidade".
Mais do que uma simples forma de transmitir informações e conhecimentos sobre os recursos naturais, a Educação Ambiental, embora não constitua a resposta absoluta para todos os problemas, constitui uma ferramenta indispensável à construção de novos valores e atitudes voltados para o desenvolvimento de uma sociedade comprometida com a resolução dos problemas ambientais, proporcionando condições adequadas de sobrevivência para as gerações presentes e futuras.
Para saber mais: Declaração de Tessalónica
Rio + 10, em Joanesburgo, na África do Sul (2002)
Fez-se o ponto da situação dos objectivos alcançados pelos documentos lançados na Cimeira da Terra de 1992 e assumiu-se o compromisso de fortalecer e melhorar a governação em todos os planos com o objectivo de atingir a aplicação efectiva de toda a Agenda 21 em todo o planeta.
A Convenção de Joanesburgo, como ficou conhecida, gerou dois documentos importantes: a Declaração Política e o Plano de Acção. O primeiro assume diversos desafios inter-relacionados e associados ao desenvolvimento sustentável, especificando vários compromissos gerais como uma melhor participação democrática nas políticas de desenvolvimento sustentável. O segundo é um documento longo e denso que identifica várias metas para a educação, a biodiversidade, a erradicação da pobreza, a alteração de padrões de consumo e de produção e a protecção dos recursos naturais, entre outros.
Para saber mais: http://www.johannesburgsummit.org
Bibliografia: Agenda 21 na Escola
Eventos que marcaram o tema "sustentabilidade" - Década de Oitenta
Eventos que marcaram o tema "sustentabilidade" - Década de Oitenta
Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, geralmente designada "Conferência do Rio" ou "Cimeira da Terra" (1982)
Esta conferência aconteceu exactamente vinte anos depois da sua antecessora (Conferência de Estocolmo) e contou com a presença de quase duas centenas de países. Representou uma inflexão importante no discurso político mundial, porque:
- Estabelece uma nova parceria mundial, mais equitativa, através da criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, sectores-chave das sociedades e os diferentes povos;
- Promove acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a integridade do sistema global de ambiente e desenvolvimento;
- Reconhece a natureza integral e interdependente do planeta.
Para saber mais:
Cimeira da Terra - Relatório
Relatório "O Nosso Futuro Comum", mais conhecido por "Relatório
Brundtland" (1987)
A Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento (presidida pela norueguesa Gro Brundtland) publicou um relatório que identifica a necessidade de integrar o meio ambiente e o desenvolvimento nas políticas nacionais.
Aqui nascia o conceito de desenvolvimento sustentável, que se define como sendo aquele "que responde às necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das gerações futuras responderem às suas próprias necessidades". O desenvolvimento sustentável pressupõe assim um progresso capaz de gerar riqueza e contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade como um todo (incluindo o combate às desigualdades sociais e à pobreza) sem pôr em causa a qualidade do ambiente nem provocar o esgotamento dos recursos naturais, de forma a assegurar que as gerações futuras tenham um ambiente pelo menos tão bom (ou tão mau...) quanto o disponível actualmente.
Para saber mais: http://www.brundtlandnet.com/brundtlandreport.htm
Bibliografia: Agenda 21 na Escola
Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, geralmente designada "Conferência do Rio" ou "Cimeira da Terra" (1982)
Esta conferência aconteceu exactamente vinte anos depois da sua antecessora (Conferência de Estocolmo) e contou com a presença de quase duas centenas de países. Representou uma inflexão importante no discurso político mundial, porque:
- Estabelece uma nova parceria mundial, mais equitativa, através da criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, sectores-chave das sociedades e os diferentes povos;
- Promove acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a integridade do sistema global de ambiente e desenvolvimento;
- Reconhece a natureza integral e interdependente do planeta.
Para saber mais:
Cimeira da Terra - Relatório
Relatório "O Nosso Futuro Comum", mais conhecido por "Relatório
Brundtland" (1987)
A Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento (presidida pela norueguesa Gro Brundtland) publicou um relatório que identifica a necessidade de integrar o meio ambiente e o desenvolvimento nas políticas nacionais.
Aqui nascia o conceito de desenvolvimento sustentável, que se define como sendo aquele "que responde às necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das gerações futuras responderem às suas próprias necessidades". O desenvolvimento sustentável pressupõe assim um progresso capaz de gerar riqueza e contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade como um todo (incluindo o combate às desigualdades sociais e à pobreza) sem pôr em causa a qualidade do ambiente nem provocar o esgotamento dos recursos naturais, de forma a assegurar que as gerações futuras tenham um ambiente pelo menos tão bom (ou tão mau...) quanto o disponível actualmente.
Para saber mais: http://www.brundtlandnet.com/brundtlandreport.htm
Bibliografia: Agenda 21 na Escola
Eventos que marcaram o tema "sustentabilidade" - Década de Setenta
Conferência de Estocolmo (1972)
Nesta Conferência sobre o Ambiente Humano promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu-se internacionalmente que a protecção ambiental está fortemente interrelacionada com o desenvolvimento económico e a prosperidade no mundo. Da conferência resultou a Declaração sobre o Ambiente Humano (ou Declaração de Estocolmo) que apela a que governos e cidadãos exerçam esforços conjuntos para a preservação e melhoria do ambiente humano e para benefício de todos.
Para saber mais: Conferência de Estocolmo
Relatório "Os limites ao crescimento" (1973)
O Clube de Roma defendeu neste controverso relatório que, se o crescimento económico não fosse refreado, o mundo sentiria graves consequências de médio e longo prazo, chamando também a atenção para o esgotamento dos recursos naturais do planeta e para os limites da sua capacidade de renovação.
Para saber mais: http://www.clubofrome.org
Conferência de Belgrado (1975)
Face às recomendações da Conferência de Estocolmo, a ONU e a UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) promovem, em, Belgrado, o Seminário Internacional de Educação Ambiental. Aqui foi criado o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA/IEEP).
Para saber mais: http://www.unesco.org
Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Tbilisi, na Geórgia (1977)
Nesta conferência promovida pela UNESCO, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), foram definidas as directrizes básicas da educação ambiental e da sua especificidade, características, princípios, objectivos e finalidades.
No relatório final da conferência pode ler-se "a Educação Ambiental deve facilitar uma tomada de consciência da interdependência económica, política e ecológica do mundo moderno, de modo a estimular o sentido de responsabilidade e de solidariedade entre as nações. Isto constitui um pré-requisito para que os problemas ambientais graves que se localizam no plano mundial possam ser resolvidos".
Para saber mais: http://www.uwsp.edu/natres/nres310510/thetbilisideclaration.htm
Bibliografia: Agenda 21 na Escola
Nesta Conferência sobre o Ambiente Humano promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu-se internacionalmente que a protecção ambiental está fortemente interrelacionada com o desenvolvimento económico e a prosperidade no mundo. Da conferência resultou a Declaração sobre o Ambiente Humano (ou Declaração de Estocolmo) que apela a que governos e cidadãos exerçam esforços conjuntos para a preservação e melhoria do ambiente humano e para benefício de todos.
Para saber mais: Conferência de Estocolmo
Relatório "Os limites ao crescimento" (1973)
O Clube de Roma defendeu neste controverso relatório que, se o crescimento económico não fosse refreado, o mundo sentiria graves consequências de médio e longo prazo, chamando também a atenção para o esgotamento dos recursos naturais do planeta e para os limites da sua capacidade de renovação.
Para saber mais: http://www.clubofrome.org
Conferência de Belgrado (1975)
Face às recomendações da Conferência de Estocolmo, a ONU e a UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) promovem, em, Belgrado, o Seminário Internacional de Educação Ambiental. Aqui foi criado o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA/IEEP).
Para saber mais: http://www.unesco.org
Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Tbilisi, na Geórgia (1977)
Nesta conferência promovida pela UNESCO, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), foram definidas as directrizes básicas da educação ambiental e da sua especificidade, características, princípios, objectivos e finalidades.
No relatório final da conferência pode ler-se "a Educação Ambiental deve facilitar uma tomada de consciência da interdependência económica, política e ecológica do mundo moderno, de modo a estimular o sentido de responsabilidade e de solidariedade entre as nações. Isto constitui um pré-requisito para que os problemas ambientais graves que se localizam no plano mundial possam ser resolvidos".
Para saber mais: http://www.uwsp.edu/natres/nres310510/thetbilisideclaration.htm
Bibliografia: Agenda 21 na Escola
Alterações climáticas e biodiversidade
(...)
Prevê-se que as alterações climatéricas afectem todos os aspectos da biodiversidade. No entanto, essas alterações têm de ter em conta o impacto de outras actividades humanas passadas, presentes e futuras, incluindo o aumento das concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
No entender do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), a temperatura média da superfície terrestre sofrerá uma subida de 1,4ºC para 5,8ºC no final do século XXI. Prevê-se ainda que as zonas terrestres evidenciarão um aquecimento maior que os oceanos e que os territórios localizados em latitudes mais altas aquecerão mais que os localizados nos trópicos. Estima-se que o nível médio das águas do mar aumente de 0,09 para 0,88 metros. Em geral, espera-se um aumento da precipitação nas altas latitudes e nas zonas equatoriais e uma diminuição nas zonas subtropicais.
É igualmente esperado que as alterações climatéricas afectem directamente os organismos individuais, as populações, a distribuição das espécies e a composição e funcionamento dos ecossistemas, quer directamente (devido, por exemplo, a alterações na precipitação e tempestades repentinas, no caso de ecossistemas marinhos e costeiros) quer indirectamente (devido ao impacto das alterações climatéricas na intensidade e na frequência de perturbações como os incêndios). A perda, modificação e fragmentação dos habitats bem como a introdução ou disseminação de espécies não autóctones são factores que afectarão o impacto produzido pelas alterações climatéricas.
Uma projecção realista do estado dos ecossistemas terrestres no futuro deve ter igualmente em conta os padrões de utilização dos solos e da água, os quais virão a afectar em grande medida a capacidade de os organismos responderem às alterações climatéricas recorrendo à migração.
O principal efeito das alterações do clima provocadas pelo Homem é a deslocação dos habitats de muitas espécies para latitudes ou altitudes mais elevadas face à sua habitual localização.
As espécies serão afectadas de formas diferentes pelas alterações do clima: haverá diferentes vagas de migração através das paisagens naturais fragmentadas e os ecossistemas actualmente dominados por espécies de vida longa (caso de algumas árvores) levarão algum tempo a mostrar sinais de mudança. Prevê-se, portanto, que a composição da maioria dos ecossistemas actuais se modifique, uma vez que é muito improvável que as espécies que compõem um mesmo ecossistema se desloquem todas de uma só vez.
Prevê-se que, por volta do ano 2080, em termos globais, cerca de 20% das zonas húmidas costeiras poderão desaparecer devido à subida do nível médio das águas do mar.
O impacto que a subida do nível do mar terá sobre os ecossistemas costeiros variará a nível regional, dependendo da erosão causada pelos mares e dos depósitos de sedimentos que ocorram em terra. É possível que alguns mangais das regiões costeiras insulares baixas, onde as cargas de sedimentação são altas e os processos de erosão são escassos, não sejam particularmente vulneráveis ao aumento do nível médio das águas do mar.
O risco de extinção de algumas espécies já vulneráveis aumentará.
As espécies com necessidades muito particulares no que toca aos factores abióticos/bióticos do habitat e/ou que constituem pequenas populações são normalmente as mais vulneráveis e passíveis de se extinguir. Entre estas figuram as espécies montanhosas endémicas e as populações isoladas em ilhas (aves como o kiwi neozelandês), em penínsulas (espécies vegetais que constituem o Reino Floral do Cabo) ou em áreas costeiras (mangais, pântanos costeiros e recifes de coral). Pelo contrário, as espécies que apresentam uma distribuição extensiva e regular, com mecanismos de dispersão de longo alcance e populações mais ou menos ubíquas correm um menor risco de extinção.
Não existem muitas provas que sugiram que as alterações climatéricas possam diminuir a perda de espécies, mas existem provas suficientes que demonstram que as alterações climatéricas podem acelerar este processo. Apesar de se especular sobre o facto de em algumas regiões se poder vir a observar um aumento da biodiversidade local (normalmente como consequência da introdução de espécies), as consequências a longo prazo são muito difíceis de predizer.
(...)
Bibliografia: Intergovernmental Panel on Climate Change - Climate Change and Biodiversity; IPCC Reports; WHO & UNEP, 2001.
Prevê-se que as alterações climatéricas afectem todos os aspectos da biodiversidade. No entanto, essas alterações têm de ter em conta o impacto de outras actividades humanas passadas, presentes e futuras, incluindo o aumento das concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
No entender do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), a temperatura média da superfície terrestre sofrerá uma subida de 1,4ºC para 5,8ºC no final do século XXI. Prevê-se ainda que as zonas terrestres evidenciarão um aquecimento maior que os oceanos e que os territórios localizados em latitudes mais altas aquecerão mais que os localizados nos trópicos. Estima-se que o nível médio das águas do mar aumente de 0,09 para 0,88 metros. Em geral, espera-se um aumento da precipitação nas altas latitudes e nas zonas equatoriais e uma diminuição nas zonas subtropicais.
É igualmente esperado que as alterações climatéricas afectem directamente os organismos individuais, as populações, a distribuição das espécies e a composição e funcionamento dos ecossistemas, quer directamente (devido, por exemplo, a alterações na precipitação e tempestades repentinas, no caso de ecossistemas marinhos e costeiros) quer indirectamente (devido ao impacto das alterações climatéricas na intensidade e na frequência de perturbações como os incêndios). A perda, modificação e fragmentação dos habitats bem como a introdução ou disseminação de espécies não autóctones são factores que afectarão o impacto produzido pelas alterações climatéricas.
Uma projecção realista do estado dos ecossistemas terrestres no futuro deve ter igualmente em conta os padrões de utilização dos solos e da água, os quais virão a afectar em grande medida a capacidade de os organismos responderem às alterações climatéricas recorrendo à migração.
O principal efeito das alterações do clima provocadas pelo Homem é a deslocação dos habitats de muitas espécies para latitudes ou altitudes mais elevadas face à sua habitual localização.
As espécies serão afectadas de formas diferentes pelas alterações do clima: haverá diferentes vagas de migração através das paisagens naturais fragmentadas e os ecossistemas actualmente dominados por espécies de vida longa (caso de algumas árvores) levarão algum tempo a mostrar sinais de mudança. Prevê-se, portanto, que a composição da maioria dos ecossistemas actuais se modifique, uma vez que é muito improvável que as espécies que compõem um mesmo ecossistema se desloquem todas de uma só vez.
Prevê-se que, por volta do ano 2080, em termos globais, cerca de 20% das zonas húmidas costeiras poderão desaparecer devido à subida do nível médio das águas do mar.
O impacto que a subida do nível do mar terá sobre os ecossistemas costeiros variará a nível regional, dependendo da erosão causada pelos mares e dos depósitos de sedimentos que ocorram em terra. É possível que alguns mangais das regiões costeiras insulares baixas, onde as cargas de sedimentação são altas e os processos de erosão são escassos, não sejam particularmente vulneráveis ao aumento do nível médio das águas do mar.
O risco de extinção de algumas espécies já vulneráveis aumentará.
As espécies com necessidades muito particulares no que toca aos factores abióticos/bióticos do habitat e/ou que constituem pequenas populações são normalmente as mais vulneráveis e passíveis de se extinguir. Entre estas figuram as espécies montanhosas endémicas e as populações isoladas em ilhas (aves como o kiwi neozelandês), em penínsulas (espécies vegetais que constituem o Reino Floral do Cabo) ou em áreas costeiras (mangais, pântanos costeiros e recifes de coral). Pelo contrário, as espécies que apresentam uma distribuição extensiva e regular, com mecanismos de dispersão de longo alcance e populações mais ou menos ubíquas correm um menor risco de extinção.
Não existem muitas provas que sugiram que as alterações climatéricas possam diminuir a perda de espécies, mas existem provas suficientes que demonstram que as alterações climatéricas podem acelerar este processo. Apesar de se especular sobre o facto de em algumas regiões se poder vir a observar um aumento da biodiversidade local (normalmente como consequência da introdução de espécies), as consequências a longo prazo são muito difíceis de predizer.
(...)
Bibliografia: Intergovernmental Panel on Climate Change - Climate Change and Biodiversity; IPCC Reports; WHO & UNEP, 2001.
Sustentabilidade - Introdução
Para muitas pessoas, mesmo no presente, "desenvolvimento" é ainda sinónimo de "crescimento económico". No entanto, o "desenvolvimento" tem obrigatoriamente que integrar outras perspectivas - tais como o bem-estar social e qualidade ambiental - sob risco de se esgotar o capital planetário que permite a prosperidade económica. No limite, se se destruírem os recursos naturais de que dependemos, o crescimento económico deixa de existir. Por exemplo, sem petróleo, carvão, gás natural, entre outros, a sociedade não sabe garantir a energia para a sua actividade económica; sem solo fértil e água limpa não é possível produzir alimentos e recursos florestais essenciais à sobrevivência... Ou seja, descurar o ambiente significa pôr em causa não apenas a prosperidade económica, mas também a sobrevivência da espécie humana ou, pelo menos, da sociedade desenvolvida tal como a conhecemos...
Os problemas ambientais tornaram-se referências diárias do quotidiano a partir dos anos 70, com maior destaque a partir dos anos 80. Foi durante estas décadas que as calamidades ambientais começaram a dominar as notícias. Imagens e notícias sobre o acidente nuclear de Chernobyl, a intoxicação de milhares de pessoas por mercúrio em Minamata, o "buraco" da camada de ozono, as montanhas de lixo, os alimentos perigosos, os derrames de petróleo ou as chuvas ácidas tornaram-se conceitos comuns...
Além disso nos anos 70 ocorreram as primeiras crises petrolíferas, que vieram lembrar de forma muito directa o quanto estamos dependentes de um recurso instável e em vias de extinção. Foi então que, finalmente, a comunidade internacional decidiu pôr mãos à obra.
Assim, mais visivelmente desde 1972, os governos de todo o planeta têm feito um esforço no sentido de obter dados realistas e atingir acordos sobre definições, objectivos e planos de acção e ainda medidas concretas a implementar para atingir um novo tipo de desenvolvimento onde ambiente, economia e bem-estar social apareçam de mãos dadas.
Bibliografia: Agenda 21 na Escola
Os problemas ambientais tornaram-se referências diárias do quotidiano a partir dos anos 70, com maior destaque a partir dos anos 80. Foi durante estas décadas que as calamidades ambientais começaram a dominar as notícias. Imagens e notícias sobre o acidente nuclear de Chernobyl, a intoxicação de milhares de pessoas por mercúrio em Minamata, o "buraco" da camada de ozono, as montanhas de lixo, os alimentos perigosos, os derrames de petróleo ou as chuvas ácidas tornaram-se conceitos comuns...
Além disso nos anos 70 ocorreram as primeiras crises petrolíferas, que vieram lembrar de forma muito directa o quanto estamos dependentes de um recurso instável e em vias de extinção. Foi então que, finalmente, a comunidade internacional decidiu pôr mãos à obra.
Assim, mais visivelmente desde 1972, os governos de todo o planeta têm feito um esforço no sentido de obter dados realistas e atingir acordos sobre definições, objectivos e planos de acção e ainda medidas concretas a implementar para atingir um novo tipo de desenvolvimento onde ambiente, economia e bem-estar social apareçam de mãos dadas.
Bibliografia: Agenda 21 na Escola
2007-05-21
2007-05-14
2007-05-10
"Enciclopédia da Vida"
Na Internet
Lançada "Enciclopédia da Vida" com 1,8 milhões de espécies
09.05.2007 - 21h15 Reuters
Das maçãs às zebras, todas as 1,8 milhões de espécies conhecidas de animais e de plantas serão listadas na "Enciclopédia da Vida", na Internet, no âmbito de um projecto de cem milhões de dólares (73,6 milhões de euros) lançado hoje.
O projecto, que durará dez anos, pode ajudar todas as pessoas, desde as crianças com trabalhos de casa de biologia a governos que pretendam proteger espécies ameaçadas.
"A Enciclopédia da Vida pretende criar uma entrada para cada espécie conhecida", explicou James Edwards, director-executivo do projecto. "Neste momento falamos de 1,8 milhões". As espécies que forem sendo identificadas serão acrescentadas ao projecto.
Estará disponível informação em texto (inicialmente apenas em inglês), fotografias, mapas e vídeos.
A enciclopédia, gerida por uma equipa de entre 25 e 35 pessoas, vai partir de bases de dados já existentes para mamíferos, peixes, aves, anfíbios e plantas.
O projecto será coordenado pelo U.S. Field Museum, Universidade de Harvard, Marine Biological Laboratory, Missouri Botanical Garden, Smithsonian Institution e pela Biodiversity Heritage Library, um grupo que inclui o Museu de História Natural de Londres, o Jardim Botânico de Nova Iorque e o Jardim Botânico Real em Kew, Inglaterra.
Este ano comemora-se o 300º aniversário do nascimento do sueco Carl Linnaeus, cujo trabalho marcou a forma como as espécies são classificadas.
Lançada "Enciclopédia da Vida" com 1,8 milhões de espécies
09.05.2007 - 21h15 Reuters
Das maçãs às zebras, todas as 1,8 milhões de espécies conhecidas de animais e de plantas serão listadas na "Enciclopédia da Vida", na Internet, no âmbito de um projecto de cem milhões de dólares (73,6 milhões de euros) lançado hoje.
O projecto, que durará dez anos, pode ajudar todas as pessoas, desde as crianças com trabalhos de casa de biologia a governos que pretendam proteger espécies ameaçadas.
"A Enciclopédia da Vida pretende criar uma entrada para cada espécie conhecida", explicou James Edwards, director-executivo do projecto. "Neste momento falamos de 1,8 milhões". As espécies que forem sendo identificadas serão acrescentadas ao projecto.
Estará disponível informação em texto (inicialmente apenas em inglês), fotografias, mapas e vídeos.
A enciclopédia, gerida por uma equipa de entre 25 e 35 pessoas, vai partir de bases de dados já existentes para mamíferos, peixes, aves, anfíbios e plantas.
O projecto será coordenado pelo U.S. Field Museum, Universidade de Harvard, Marine Biological Laboratory, Missouri Botanical Garden, Smithsonian Institution e pela Biodiversity Heritage Library, um grupo que inclui o Museu de História Natural de Londres, o Jardim Botânico de Nova Iorque e o Jardim Botânico Real em Kew, Inglaterra.
Este ano comemora-se o 300º aniversário do nascimento do sueco Carl Linnaeus, cujo trabalho marcou a forma como as espécies são classificadas.
2007-05-08
Madagáscar II
Fauna e flora únicas
2007-02-26
Madagáscar separou-se de África no tempo dos dinossáurios e hoje, particularmente na costa ocidental, são ainda encontrados inúmeros fósseis destes animais. Isto conduz-nos à seguinte questão: como é que os animais malgaxes chegaram a esta ilha, tão distante do continente Africano e que se separou deste em tempos idos, onde os dinossáurios existiam e os mamíferos não se tinham desenvolvido?
A resposta é realmente peculiar pois estudos parecem demonstrar que a fauna de Madagáscar chegou à ilha “navegando”. Eventos como esta “navegação” são denominados “disseminação aleatória”). Existe uma tese que defende que grandes quantidades de vegetação se soltaram das margens dos rios e actuaram como meio de transporte, permitindo às espécies oriundas do continente ultrapassar a enorme barreira de água que as separava de Madagáscar.
Apesar da difícil travessia, estatisticamente, este evento é o mais provável, uma vez que todos os animais colonizadores iniciais aparentam ser de pequenas dimensões, o que é coerente com este tipo de disseminação.
Alguns representantes modernos dos carnívoros, apresentam ainda características que os tornariam mais aptos a sobreviverem a uma travessia deste género. A civeta malgaxe - Fossa fossana -, um carnívoro endémico de Madagáscar, consegue armazenar reservas ricas em gordura (especialmente na sua cauda), o que lhe permite enfrentar períodos de escassez de alimentos. Estas reservas de gordura podem representar até 25% do peso do corpo deste animal.
É também sugerido que os mamíferos colonizaram com sucesso a ilha, chegando em várias vagas. No caso das aves e insectos, a sua chegada à ilha terá resultado do facto de se terem desviado da sua rota habitual durante as suas viagens ao longo da costa africana.
A vegetação endémica ter-se-á também desenvolvido a partir das enormes massas de vegetação que atravessaram o canal.
Julga-se que mamíferos insectívoros (provavelmente semelhantes ao nosso ouriço-caxeiro) terão sido os primeiros colonizadores de Madagáscar. Vários eventos de colonização terão ocorrido, transportando para a ilha diferentes espécies, as quais se desenvolveram isoladas do resto do mundo durante milhões de anos. Esse isolamento fez com que actualmente aí se encontre um elevado número de endemismos (espécies que não existem em mais lado nenhum do planeta).
Alguns exemplos de endemismos encontrados actualmente em Madagáscar:
Plantas cerca de 2000 espécies 85% são endémicas
Anfíbios mais de 300 espécies * mais de 90% são endémicas
Répteis 346 espécies mais de 90% são endémicas
Aves 209 espécies ** 51% são endémicas
Mamíferos terrestres 101 espécies 100% são endémicas
* Cada vez mais anfíbios estão a ser descobertos
** 209 é o número de aves que se reproduz regularmente na ilha. Um total de 283 espécies estão aí registadas.
Este nível de endemismo é excepcionalmente elevado, quando comparado com outras partes do globo.
por Badoca Safari Park.
2007-02-26
Madagáscar separou-se de África no tempo dos dinossáurios e hoje, particularmente na costa ocidental, são ainda encontrados inúmeros fósseis destes animais. Isto conduz-nos à seguinte questão: como é que os animais malgaxes chegaram a esta ilha, tão distante do continente Africano e que se separou deste em tempos idos, onde os dinossáurios existiam e os mamíferos não se tinham desenvolvido?
A resposta é realmente peculiar pois estudos parecem demonstrar que a fauna de Madagáscar chegou à ilha “navegando”. Eventos como esta “navegação” são denominados “disseminação aleatória”). Existe uma tese que defende que grandes quantidades de vegetação se soltaram das margens dos rios e actuaram como meio de transporte, permitindo às espécies oriundas do continente ultrapassar a enorme barreira de água que as separava de Madagáscar.
Apesar da difícil travessia, estatisticamente, este evento é o mais provável, uma vez que todos os animais colonizadores iniciais aparentam ser de pequenas dimensões, o que é coerente com este tipo de disseminação.
Alguns representantes modernos dos carnívoros, apresentam ainda características que os tornariam mais aptos a sobreviverem a uma travessia deste género. A civeta malgaxe - Fossa fossana -, um carnívoro endémico de Madagáscar, consegue armazenar reservas ricas em gordura (especialmente na sua cauda), o que lhe permite enfrentar períodos de escassez de alimentos. Estas reservas de gordura podem representar até 25% do peso do corpo deste animal.
É também sugerido que os mamíferos colonizaram com sucesso a ilha, chegando em várias vagas. No caso das aves e insectos, a sua chegada à ilha terá resultado do facto de se terem desviado da sua rota habitual durante as suas viagens ao longo da costa africana.
A vegetação endémica ter-se-á também desenvolvido a partir das enormes massas de vegetação que atravessaram o canal.
Julga-se que mamíferos insectívoros (provavelmente semelhantes ao nosso ouriço-caxeiro) terão sido os primeiros colonizadores de Madagáscar. Vários eventos de colonização terão ocorrido, transportando para a ilha diferentes espécies, as quais se desenvolveram isoladas do resto do mundo durante milhões de anos. Esse isolamento fez com que actualmente aí se encontre um elevado número de endemismos (espécies que não existem em mais lado nenhum do planeta).
Alguns exemplos de endemismos encontrados actualmente em Madagáscar:
Plantas cerca de 2000 espécies 85% são endémicas
Anfíbios mais de 300 espécies * mais de 90% são endémicas
Répteis 346 espécies mais de 90% são endémicas
Aves 209 espécies ** 51% são endémicas
Mamíferos terrestres 101 espécies 100% são endémicas
* Cada vez mais anfíbios estão a ser descobertos
** 209 é o número de aves que se reproduz regularmente na ilha. Um total de 283 espécies estão aí registadas.
Este nível de endemismo é excepcionalmente elevado, quando comparado com outras partes do globo.
por Badoca Safari Park.
Madagáscar I
Geologia, Geografia e habitats
2007-02-26
Há aproximadamente 165 milhões de anos, o afastamento das placas tectónicas contribuiu para a criação do Canal de Moçambique, dando início à longa jornada que levaria ao aparecimento da ilha de Madagáscar, localizada no Oceano Indico.
Contudo, foi apenas há 70 milhões de anos que o sub-continente indiano, outra grande massa de terra, se separou de Madagáscar, criando as lisas escarpas que caracterizam a costa oriental da ilha. Esta massa, dirigindo-se para Norte em direcção ao continente Asiático, deu origem à formação dos Himalaias.
A ilha de Madagáscar é famosa pelo seu notável tamanho e diversidade de habitats, pelo que é comummente designada como o “8.º continente”. Esta diversidade resulta especialmente da sua localização geográfica (entre os trópicos), do seu enorme tamanho e da sua topografia pouco habitual.
A costa oriental da ilha é caracterizada por abruptas escarpas batidas pelo Oceano Indico, com um clima bastante húmido e sujeito a tempestades tropicais entre os meses de Dezembro e Março. No topo destas escarpas encontramos o “haute plateaux” com as suas temperaturas amenas e, apartir daí, começa uma longa e lenta descida para ocidente, onde Madagáscar encontra as quentes e azuis águas do Canal de Moçambique.
A costa ocidental é quente e seca, tornando-se ainda mais seca conforme nos deslocamos para Sul.
A ilha pode ser biogeograficamente dividida numa região oriental e numa região ocidental.
A região oriental pode ainda subdividir-se em quatro “domínios” (domain no original) naturais: (Eastern Domain of Lowland Rainforest); Central Domain of Mid-Altitude Montane Rainforest, High-Mountain Domain of High-Altitude Montane Forest e Sambriano Domain of High-Altitude Montane Forest) e ainda uma paisagem intervencionada pelo Homem (Eastern Anthropogenic Grasslands).
A região ocidental divide-se em dois “domínios” naturais (Western Domain of Dry e Southern Domain of Spiny Forest/Thorn Scrub) e numa área que se julga ter sido intervencionada pelo Homem (Western Anthropogenic Grasslands).
por Badoca Safari Park.
2007-02-26
Há aproximadamente 165 milhões de anos, o afastamento das placas tectónicas contribuiu para a criação do Canal de Moçambique, dando início à longa jornada que levaria ao aparecimento da ilha de Madagáscar, localizada no Oceano Indico.
Contudo, foi apenas há 70 milhões de anos que o sub-continente indiano, outra grande massa de terra, se separou de Madagáscar, criando as lisas escarpas que caracterizam a costa oriental da ilha. Esta massa, dirigindo-se para Norte em direcção ao continente Asiático, deu origem à formação dos Himalaias.
A ilha de Madagáscar é famosa pelo seu notável tamanho e diversidade de habitats, pelo que é comummente designada como o “8.º continente”. Esta diversidade resulta especialmente da sua localização geográfica (entre os trópicos), do seu enorme tamanho e da sua topografia pouco habitual.
A costa oriental da ilha é caracterizada por abruptas escarpas batidas pelo Oceano Indico, com um clima bastante húmido e sujeito a tempestades tropicais entre os meses de Dezembro e Março. No topo destas escarpas encontramos o “haute plateaux” com as suas temperaturas amenas e, apartir daí, começa uma longa e lenta descida para ocidente, onde Madagáscar encontra as quentes e azuis águas do Canal de Moçambique.
A costa ocidental é quente e seca, tornando-se ainda mais seca conforme nos deslocamos para Sul.
A ilha pode ser biogeograficamente dividida numa região oriental e numa região ocidental.
A região oriental pode ainda subdividir-se em quatro “domínios” (domain no original) naturais: (Eastern Domain of Lowland Rainforest); Central Domain of Mid-Altitude Montane Rainforest, High-Mountain Domain of High-Altitude Montane Forest e Sambriano Domain of High-Altitude Montane Forest) e ainda uma paisagem intervencionada pelo Homem (Eastern Anthropogenic Grasslands).
A região ocidental divide-se em dois “domínios” naturais (Western Domain of Dry e Southern Domain of Spiny Forest/Thorn Scrub) e numa área que se julga ter sido intervencionada pelo Homem (Western Anthropogenic Grasslands).
por Badoca Safari Park.
Abril 74 – Ciência 07
Boaventura de Sousa Santos
26/04/2007
Nesta data mágica de Abril, o debate político bateu fundo. O primeiro-ministro talvez esteja a pagar caro a posição do Governo sobre a OPA da Sonae contra a PT, enquanto comunistas e humoristas indolentados pelas presas fáceis glosam o inglosável; a Universidade Independente é a ponta do iceberg da política de desmantelamento da universidade pública por via da concorrência selvagem das universidades privadas, conduzida pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva; uma televisão pública irresponsável aproveita‑se do fracasso da educação nos últimos trinta anos para organizar um festival grotesco de revanchismo. E, para completar o quadro, dói ver um capitalismo incompetente levar à falência uma das bandeiras da nossa auto‑estima e qualidade de vida, as louças da Vista Alegre, enquanto a hipocrisia dominante celebra a privatização da saúde, educação e segurança social, ao mesmo tempo que chora lágrimas de crocodilo ao verificar que Portugal é o país socialmente mais injusto da Europa.
Neste contexto, cabe perguntar: valeu a pena o 25 de Abril? Valeu por tudo aquilo que não é notícia, quer porque é tão natural quanto a sede, quer porque a mediocridade geral dos media não enxerga para além da mediocridade. Neste último caso, não é notícia uma das transformações mais notáveis da sociedade portuguesa nos últimos trinta anos: o extraordinário avanço científico, a criação de um sistema nacional de ciência e a tradução deste em indicadores internacionais em que a comunidade e a sociedade científica portuguesas se podem rever com orgulho. Nos passados dias 12 e 13 de Abril, realizou-se o Encontro Ciência 2007, em que os melhores centros de investigação do país – os 25 laboratórios associados e os seus 5500 investigadores – apresentaram ao público, de modo muito pedagógico, os resultados mais recentes da investigação que estão a realizar. Foram abordados temas tão diversos quanto análise matemática, estudos florestais, fusão nuclear, robótica, geologia, neurociências, educação intercultural, migrações, nanotecnologias, biologia, biotecnologias, engenharia de sistemas, comportamentos políticos, tratamento de lixo e resíduos, energia, transportes, telecomunicações, química verde, etc.
Esta grande mostra da ciência não foi tão anunciada quanto merecia, mas não teria passado despercebida aos media se estes nela tivessem visto algum sinal da corrosão do tecido social que tão zelosamente exploram. E, de facto, as poucas notícias foram de comentários críticos que, no melhor dos casos, me pareceram equivocados, produtos da mentalidade, hoje imperante, de que nada pode dar certo. Ao contrário, a imagem que se colheu neste encontro foi a de um país jovem, fortemente internacionalizado, sem complexos de inferioridade ou superioridade, competitivo, trabalhando em equipa. Temos hoje uma política de ciência que, se o esforço que ela implica for sustentado, é uma das mais incisivas razões por que valeu a pena o 25 de Abril.
26/04/2007
Nesta data mágica de Abril, o debate político bateu fundo. O primeiro-ministro talvez esteja a pagar caro a posição do Governo sobre a OPA da Sonae contra a PT, enquanto comunistas e humoristas indolentados pelas presas fáceis glosam o inglosável; a Universidade Independente é a ponta do iceberg da política de desmantelamento da universidade pública por via da concorrência selvagem das universidades privadas, conduzida pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva; uma televisão pública irresponsável aproveita‑se do fracasso da educação nos últimos trinta anos para organizar um festival grotesco de revanchismo. E, para completar o quadro, dói ver um capitalismo incompetente levar à falência uma das bandeiras da nossa auto‑estima e qualidade de vida, as louças da Vista Alegre, enquanto a hipocrisia dominante celebra a privatização da saúde, educação e segurança social, ao mesmo tempo que chora lágrimas de crocodilo ao verificar que Portugal é o país socialmente mais injusto da Europa.
Neste contexto, cabe perguntar: valeu a pena o 25 de Abril? Valeu por tudo aquilo que não é notícia, quer porque é tão natural quanto a sede, quer porque a mediocridade geral dos media não enxerga para além da mediocridade. Neste último caso, não é notícia uma das transformações mais notáveis da sociedade portuguesa nos últimos trinta anos: o extraordinário avanço científico, a criação de um sistema nacional de ciência e a tradução deste em indicadores internacionais em que a comunidade e a sociedade científica portuguesas se podem rever com orgulho. Nos passados dias 12 e 13 de Abril, realizou-se o Encontro Ciência 2007, em que os melhores centros de investigação do país – os 25 laboratórios associados e os seus 5500 investigadores – apresentaram ao público, de modo muito pedagógico, os resultados mais recentes da investigação que estão a realizar. Foram abordados temas tão diversos quanto análise matemática, estudos florestais, fusão nuclear, robótica, geologia, neurociências, educação intercultural, migrações, nanotecnologias, biologia, biotecnologias, engenharia de sistemas, comportamentos políticos, tratamento de lixo e resíduos, energia, transportes, telecomunicações, química verde, etc.
Esta grande mostra da ciência não foi tão anunciada quanto merecia, mas não teria passado despercebida aos media se estes nela tivessem visto algum sinal da corrosão do tecido social que tão zelosamente exploram. E, de facto, as poucas notícias foram de comentários críticos que, no melhor dos casos, me pareceram equivocados, produtos da mentalidade, hoje imperante, de que nada pode dar certo. Ao contrário, a imagem que se colheu neste encontro foi a de um país jovem, fortemente internacionalizado, sem complexos de inferioridade ou superioridade, competitivo, trabalhando em equipa. Temos hoje uma política de ciência que, se o esforço que ela implica for sustentado, é uma das mais incisivas razões por que valeu a pena o 25 de Abril.
2007-05-07
“Transgénicos Fora do Prato”
Pioneer cancela dois pedidos de ensaios de transgénicos,
mas volta a tentar associando-se à Syngenta
Plataforma “Transgénicos Fora do Prato” * 02/02/2007
Começou esta semana a consulta pública de mais um conjunto de pedidos para ensaios experimentais de milho transgénico não autorizado para cultivo comercial. Nos dois últimos anos a Pioneer pretendeu testar milho transgénico (Ponte da Barca/Cadaval em 2005 e Ponte da Barca/Arcos de Valdevez em 2006) mas enfrentou fortes dificuldades: as câmaras do Cadaval e de Ponte da Barca rapidamente se declararam Zonas Livres de Transgénicos e todas produziram pareceres onde deixavam clara a sua rejeição quanto a tal escolha. A empresa acabou por se ver forçada a desistir de tais intenções, em parte por deficiências graves na documentação apresentada.
Em 2007, a Pioneer volta a tentar, desta vez associada à Syngenta e com três novas localizações: Alcochete, Salvaterra de Magos e Rio Maior. Alcochete é uma escolha irónica: a sua Assembleia Municipal aprovou, por unanimidade, a criação de uma Zona Livre de Transgénicos em 28 de Dezembro de 2006. Em relação aos ensaios agora propostos pela Pioneer/Syngenta, o presidente da Assembleia Municipal de Alcochete, Dr. Miguel Boieiro, já declarou que «Somos contra todo o tipo de experiências, não suficientemente seguras sob o ponto de vista científico e ético, que podem pôr em causa a biodiversidade presente e futura. A actual geração não tem o direito de alienar a segurança e o bem-estar dos seres humanos e outros que, a seguir, virão habitar o Planeta». Esta atitude provocatória ao poder local por parte da Pioneer e da Syngenta revela um total desrespeito pela vontade dos cidadãos na declaração das zonas livres de transgénicos.
Plataforma “Transgénicos Fora do Prato” * é uma estrutura integrada por onze entidades não‑governamentais da área do ambiente e agricultura (ARP, Aliança para a Defesa do Mundo Rural Português; ATTAC, Associação para a Taxação das Transacções Financeiras para a Ajuda ao Cidadão; CNA, Confederação Nacional da Agricultura; Colher para Semear, Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais; FAPAS, Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens; GAIA, Grupo de Acção e Intervenção Ambiental; GEOTA, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente; LPN, Liga para a Protecção da Natureza; MPI, Movimento Pró‑Informação para a Cidadania e Ambiente; QUERCUS, Associação Nacional de Conservação da Natureza; e SALVA, Associação de Produtores em Agricultura Biológica do Sul) e apoiada por dezenas de outras. Para mais informações contactar info@stopogm.net.
mas volta a tentar associando-se à Syngenta
Plataforma “Transgénicos Fora do Prato” * 02/02/2007
Começou esta semana a consulta pública de mais um conjunto de pedidos para ensaios experimentais de milho transgénico não autorizado para cultivo comercial. Nos dois últimos anos a Pioneer pretendeu testar milho transgénico (Ponte da Barca/Cadaval em 2005 e Ponte da Barca/Arcos de Valdevez em 2006) mas enfrentou fortes dificuldades: as câmaras do Cadaval e de Ponte da Barca rapidamente se declararam Zonas Livres de Transgénicos e todas produziram pareceres onde deixavam clara a sua rejeição quanto a tal escolha. A empresa acabou por se ver forçada a desistir de tais intenções, em parte por deficiências graves na documentação apresentada.
Em 2007, a Pioneer volta a tentar, desta vez associada à Syngenta e com três novas localizações: Alcochete, Salvaterra de Magos e Rio Maior. Alcochete é uma escolha irónica: a sua Assembleia Municipal aprovou, por unanimidade, a criação de uma Zona Livre de Transgénicos em 28 de Dezembro de 2006. Em relação aos ensaios agora propostos pela Pioneer/Syngenta, o presidente da Assembleia Municipal de Alcochete, Dr. Miguel Boieiro, já declarou que «Somos contra todo o tipo de experiências, não suficientemente seguras sob o ponto de vista científico e ético, que podem pôr em causa a biodiversidade presente e futura. A actual geração não tem o direito de alienar a segurança e o bem-estar dos seres humanos e outros que, a seguir, virão habitar o Planeta». Esta atitude provocatória ao poder local por parte da Pioneer e da Syngenta revela um total desrespeito pela vontade dos cidadãos na declaração das zonas livres de transgénicos.
Plataforma “Transgénicos Fora do Prato” * é uma estrutura integrada por onze entidades não‑governamentais da área do ambiente e agricultura (ARP, Aliança para a Defesa do Mundo Rural Português; ATTAC, Associação para a Taxação das Transacções Financeiras para a Ajuda ao Cidadão; CNA, Confederação Nacional da Agricultura; Colher para Semear, Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais; FAPAS, Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens; GAIA, Grupo de Acção e Intervenção Ambiental; GEOTA, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente; LPN, Liga para a Protecção da Natureza; MPI, Movimento Pró‑Informação para a Cidadania e Ambiente; QUERCUS, Associação Nacional de Conservação da Natureza; e SALVA, Associação de Produtores em Agricultura Biológica do Sul) e apoiada por dezenas de outras. Para mais informações contactar info@stopogm.net.
O litoral que se esboroa...
Rita Calvário
esquerda.net 09/02/2007
A subida do nível do mar e a erosão costeira são das situações ambientais mais urgentes para Portugal, pela sua condição periférica e peninsular.
Num relatório recente da Comissão Europeia, Portugal surge no 4º lugar entre 18 países com maiores incidências de processos erosivos, com 28,5% da costa em perigo de erosão.
A extracção de areias, a existência de barragens, a pressão urbanística (mais de 70% da população reside no litoral, com metade das zonas urbanas concentradas em 13 km de costa) e a crescente construção em áreas sensíveis exercem uma grande pressão sobre o litoral e são responsáveis pelo acentuar dos processos de erosão.
A isto junta-se o fenómeno das alterações climáticas, sendo que as previsões para Portugal apontam para uma subida do nível médio do mar entre 25 a 110 cm até 2100: se assim for, 67% do litoral estará em risco de erosão (valor que especialistas estimam já afectar a costa algarvia). A orla entre Espinho e o Cabo Mondego deverá sofrer um aumento de 15% a 20% do ritmo de erosão.
Furadouro (Ovar) é a zona com maior taxa de recuo do País, com 9 metros/ano, colocando em grande risco cerca de 12 aglomerados populacionais daquela região. Segue-se Espinho e Cortegaça (Ovar), com uma taxa de mais de 2 metros/ano. O troço entre a Costa Nova e Vagueira recuou já uma média de 220 metros de 1959 a 1998, a que se juntam mais de 8,5 metros só entre 2000 e 2003. Na faixa que vai do Furadouro (Ovar) a Mira, entre 1958 e 2002, registaram-se, nalguns pontos, recuos de 230 metros, correspondentes a uma perda média da linha de costa de 6 metros/ano, existindo registos de recuos de 15 metros durante um único temporal. (...)
esquerda.net 09/02/2007
A subida do nível do mar e a erosão costeira são das situações ambientais mais urgentes para Portugal, pela sua condição periférica e peninsular.
Num relatório recente da Comissão Europeia, Portugal surge no 4º lugar entre 18 países com maiores incidências de processos erosivos, com 28,5% da costa em perigo de erosão.
A extracção de areias, a existência de barragens, a pressão urbanística (mais de 70% da população reside no litoral, com metade das zonas urbanas concentradas em 13 km de costa) e a crescente construção em áreas sensíveis exercem uma grande pressão sobre o litoral e são responsáveis pelo acentuar dos processos de erosão.
A isto junta-se o fenómeno das alterações climáticas, sendo que as previsões para Portugal apontam para uma subida do nível médio do mar entre 25 a 110 cm até 2100: se assim for, 67% do litoral estará em risco de erosão (valor que especialistas estimam já afectar a costa algarvia). A orla entre Espinho e o Cabo Mondego deverá sofrer um aumento de 15% a 20% do ritmo de erosão.
Furadouro (Ovar) é a zona com maior taxa de recuo do País, com 9 metros/ano, colocando em grande risco cerca de 12 aglomerados populacionais daquela região. Segue-se Espinho e Cortegaça (Ovar), com uma taxa de mais de 2 metros/ano. O troço entre a Costa Nova e Vagueira recuou já uma média de 220 metros de 1959 a 1998, a que se juntam mais de 8,5 metros só entre 2000 e 2003. Na faixa que vai do Furadouro (Ovar) a Mira, entre 1958 e 2002, registaram-se, nalguns pontos, recuos de 230 metros, correspondentes a uma perda média da linha de costa de 6 metros/ano, existindo registos de recuos de 15 metros durante um único temporal. (...)
Patentear a vida
Michael Crichton *
The New York Times 25/02/2007
Você, ou alguém que você ama, pode morrer devido a uma patente de gene que, à partida, nunca deveria ter sido concedida. Parece improvável? Infelizmente, é apenas demasiado real.
As patentes de genes são agora usadas para deter a investigação, impedir testes médicos e manter informação vital longe de si e do seu médico. As patentes de genes retardam o passo dos avanços médicos sobre doenças mortais. E elevam os custos exorbitantemente: um teste para cancro de mama que poderia fazer‑se por 1.000 dólares custa agora 3.000 dólares.
Porquê? Porque o detentor da patente do gene pode cobrar o que quiser, e fá‑lo. Poderia alguém fazer um teste mais barato? Claro, mas o detentor da patente bloqueia qualquer teste por parte de um competidor. Possui o gene. Ninguém mais pode o testar. Na verdade, uma pessoa não pode sequer doar o seu próprio gene do cancro da mama a outro cientista sem o consentimento do detentor. O gene pode existir no seu corpo, mas é agora propriedade privada. (...)
The New York Times 25/02/2007
Você, ou alguém que você ama, pode morrer devido a uma patente de gene que, à partida, nunca deveria ter sido concedida. Parece improvável? Infelizmente, é apenas demasiado real.
As patentes de genes são agora usadas para deter a investigação, impedir testes médicos e manter informação vital longe de si e do seu médico. As patentes de genes retardam o passo dos avanços médicos sobre doenças mortais. E elevam os custos exorbitantemente: um teste para cancro de mama que poderia fazer‑se por 1.000 dólares custa agora 3.000 dólares.
Porquê? Porque o detentor da patente do gene pode cobrar o que quiser, e fá‑lo. Poderia alguém fazer um teste mais barato? Claro, mas o detentor da patente bloqueia qualquer teste por parte de um competidor. Possui o gene. Ninguém mais pode o testar. Na verdade, uma pessoa não pode sequer doar o seu próprio gene do cancro da mama a outro cientista sem o consentimento do detentor. O gene pode existir no seu corpo, mas é agora propriedade privada. (...)
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