As plantas sempre foram um recurso importante para o Ser Humano, como fonte de alimento, como remédio para muitos males e mesmo como “adorno”. “Não é pequena a lista de plantas bravias que podem ser utilizadas na alimentação humana, tanto directamente, como utilizadas como condimento. A muitas dessas plantas não tem sido reconhecido o seu verdadeiro mérito e utilidade. Os seus habitats são muito diversos, desde bosques, prados, ou matagais até beiradas de linhas de água e bordaduras de caminhos.” (José Alves Ribeiro)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem dados que mostram que cerca de 80% da população mundial utilizou algum tipo de erva aromática para fins medicinais. Desse total, pelo menos 30% foi por indicação médica. A própria OMS tem incentivado a utilização de plantas medicinas.
Os nossos antepassados entendiam as plantas com poderes curativos como fundamentais para a sua sobrevivência. “O Homem recolector brindou-nos com uma espectacular relação simbiótica com o meio, onde os ciclos de vida se complementavam em interacção. Com a tecnocratização esse mesmo Homem, agora mais evoluído, foi perdendo este sentido de relação com a Terra, encaminhando-se por vias de banalização e de desrespeito pelos Ecossistemas.” (Etnobotânica - José Alves Ribeiro, António Monteiro, Maria de Lurdes Silva, João Azevedo Editor). Ultimamente, com a ajuda da ciência, o Ser Humano tem compreendido a importância destas plantas, voltando assim a surgir uma maior procura. “Durante muito tempo considerou-se sem interesse o desenvolvimento deste tema face à importância crescente da química moderna e das maravilhas que supostamente consegue imitando a natureza. Mas, as muitas dúvidas sobre a metodologia e consequências de muitas substâncias que o Homem inventa levam à procura do natural, nomeadamente como forma de encontrar soluções sem consequências e efeitos secundários, o que a solução sintética não consegue no seu todo.” (A. Costa Lobo in Naturlink). A melhor forma de assegurar a sua provisão é constituir um jardim.
“Existem plantas medicinais e aromáticas das mais diversas espécies. Apresentam consistência herbácea, semi-herbácea ou lenhosa, com aproveitamento apenas de uma parte da planta ou da totalidade. Estas plantas têm na sua composição as substâncias que todas as outras possuem como seja água, sais minerais, ácidos orgânicos, hidratos de carbono ou substâncias proteicas. No entanto de planta para planta, há uma variação relativa destes compostos e noutras aparecem alguns outros que as demarcam e conferem propriedades especiais. Os componentes que diferenciam as plantas com estas características de outras, conferindo-lhe valor terapêutico e aromático, são os seus princípios activos. ” (A. Costa Lobo in Naturlink).
Dos princípios activos destacam-se os seguintes:
os alcalóides – compostos tóxicos que actuam sobre o sistema nervoso central; os óleos essenciais – obtêm-se por destilação e aparecem em plantas com um aroma característico; taninos – têm propriedades anti-diarreicas; princípios amargos – estimulam a secreção de sucos gástricos, melhorando o apetite; mucilagens – hidrocarbonetos utilizados como laxantes, lubrificantes ou anti-inflamatórios. Pra aprofundar este tema pode ser consultada a seguinte referência: Vasconcellos, J. C. (1949) Plantas Medicinais e Aromáticas. D.G.S.A. Lisboa.
As plantas aromáticas também aparecem ligadas às crendices populares. Como curiosidade citam-se algumas:
“Para afastar desordens ou tempestades na família – colocar três raminhos de alecrim, em cruz, debaixo da cinza na lareira da casa, sem que as pessoas iradas se apercebam e logo se acomodarão.”
“Para a moça fazer andar o rapaz sempre à cordinha, até que se resolva a casar com ela – trazer numa bolsinha, sobre o peito esquerdo, um osso de um cão, outro de um gato, três folhas de arruda, três raminhos de alecrim e um alho verde. Terá que lavar bem o corpo em cruz – desde as pontas dos dedos da mão direita – e das pontas dos dedos do pé direito até às pontas dos dedos da mão esquerda. Com esta água, faz-se um café, para servir ao dito cujo, acompanhado com ovos fritos, partidos no “cachaço” d’ela e aparados no respectivo “traseiro”.”
“Para evitar pesadelos – colocar um ou dois pés de alecrim debaixo da almofada que induzirão ao sono e evitarão pesadelos.” (Etnobotânica - José Alves Ribeiro, António Monteiro, Maria de Lurdes Silva, João Azevedo Editor)
Aproveitando a disciplina de Área de Projecto do 12º ano, um grupo de alunos da turma B desenvolveu um projecto que teve como finalidade sensibilizar a comunidade escolar para a utilidade das ervas aromáticas e seus fins medicinais e dotar a escola com mais um recurso pedagógico – Estufa e jardim que poderão ser utilizados em outros projectos e aulas práticas. A estufa foi construída com êxito mas a construção do jardim ficou inviabilizada devido ao factor tempo.
Paralelamente, outro grupo de alunos desenvolveu um projecto com a finalidade de explorar as potencialidades da compostagem em meio escolar. A compostagem é um processo que permite a transformação de resíduos domésticos (da cantina) num composto fertilizante natural. Este grupo pretende, também que os elementos da comunidade escolar tomem consciência de que pequenas mudanças de hábitos podem levar à redução dos resíduos domésticos a enviar para o aterro sanitário. O composto obtido neste processo poderá ser utilizado na estufa e no jardim.
Sandra Pinho
(ES/3 Macedo de Cavaleiros)
2007-06-16
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2 comentários:
adorei o teu blog, principalmente o filme sobre a sintese proteica, está fenomenal, espero que continues a encontrar pequenos "tralleres" que nos ajudem nas aulas.
Até sempre, malusa
Boa matéria, muito útil. Gosto muito de ervas medicinais , inclusive achei um site muito bom para tratamento com ervas medicinais o Link é:
www.chamedicinal.com.br
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