Rita Calvário
esquerda.net 09/02/2007
A subida do nível do mar e a erosão costeira são das situações ambientais mais urgentes para Portugal, pela sua condição periférica e peninsular.
Num relatório recente da Comissão Europeia, Portugal surge no 4º lugar entre 18 países com maiores incidências de processos erosivos, com 28,5% da costa em perigo de erosão.
A extracção de areias, a existência de barragens, a pressão urbanística (mais de 70% da população reside no litoral, com metade das zonas urbanas concentradas em 13 km de costa) e a crescente construção em áreas sensíveis exercem uma grande pressão sobre o litoral e são responsáveis pelo acentuar dos processos de erosão.
A isto junta-se o fenómeno das alterações climáticas, sendo que as previsões para Portugal apontam para uma subida do nível médio do mar entre 25 a 110 cm até 2100: se assim for, 67% do litoral estará em risco de erosão (valor que especialistas estimam já afectar a costa algarvia). A orla entre Espinho e o Cabo Mondego deverá sofrer um aumento de 15% a 20% do ritmo de erosão.
Furadouro (Ovar) é a zona com maior taxa de recuo do País, com 9 metros/ano, colocando em grande risco cerca de 12 aglomerados populacionais daquela região. Segue-se Espinho e Cortegaça (Ovar), com uma taxa de mais de 2 metros/ano. O troço entre a Costa Nova e Vagueira recuou já uma média de 220 metros de 1959 a 1998, a que se juntam mais de 8,5 metros só entre 2000 e 2003. Na faixa que vai do Furadouro (Ovar) a Mira, entre 1958 e 2002, registaram-se, nalguns pontos, recuos de 230 metros, correspondentes a uma perda média da linha de costa de 6 metros/ano, existindo registos de recuos de 15 metros durante um único temporal. (...)
2007-05-07
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